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Mapa da seca: veja se seu município está entre os 2 mil afetados

Mapa da seca: veja se seu município está entre os 2 mil afetadosÁrea de cerca de 1 milhão de km² está em situação de alerta. Foto: Pixabay

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Por André Garcia

O número de municípios brasileiros em situação de seca cresceu 207% entre fevereiro e março de 2025, chegando a 1.907. Os dados fazem parte do mais recente boletim do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), que alerta que o País deve enfrentar mais uma temporada de seca intensa.

De acordo com os especialistas, o fim da estação chuvosa coloca uma área de 1,1 milhão de km2, ou 13% do território do Brasil,  em estado alerta.

Segundo o Cemaden, mais de 100 cidades enfrentam a seca por mais de nove meses seguidos, entre julho de 2024 e março de 2025. Embora as chuvas acumuladas entre novembro e março tenham amenizado o cenário em partes do Norte e Nordeste, o fenômeno permanece ativo pincipalmente no Centro-Oeste e Sudeste.

Confira a situaçaõ do seu município

Centro Oeste

Para se ter ideia, a estiagem prolongada atingiu mais de 50 cidades de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, onde a irregularidade das precipitações, somada a múltiplas ondas de calor, tem comprometido a produtividade agrícola e a qualidade das pastagens da pecuária.

Segundo o Índice Integrado de Seca (IIS) do Cemaden, em março 433 municípios da região Centro-Oeste foram afetados por algum nível de seca, considerando os valores entre 1 (seca excepcional) e 5 (seca fraca). No total, 182 deles apresentavam condição de seca severa.

No acumulado dos últimos três meses — período que reflete melhor os impactos sobre a agropecuária —, 27 municípios permaneciam sob seca severa e 2 sob seca extrema: Anaurilândia (MS) e Bataguassu (MS), ambas com índice 2. Outras cidades como Caçu (GO), Confresa (MT) apresentam índice 3, classificado como seca severa.

Ondas de calor

A região também enfrentou múltiplas ondas de calor entre outubro de 2024 e março de 2025. Segundo o relatório do Cemaden, outubro foi o mês mais crítico, com até cinco eventos consecutivos registrados em partes de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. O padrão se repetiu em março, atingindo também as regiões Sul e Sudeste.

No mês passado, as ondas de calor foram mais intensas nas divisas de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás, Mato Grosso, Tocantins e Rondônia. Essas áreas experimentaram dias consecutivos de calor acima das médias históricas, o que ampliou os impactos sobre a agricultura, a saúde pública e ao meio ambiente.

Pantanal

A combinação destes fatores também aumenta a preocupação sobre o déficit hídrico nas bacias que abastecem o setor energético, especialmente a bacia do Paraguai, que corta o Pantanal, a mais afetada. O rio Paraguai, que banha o bioma, está em situação considerada extremamente crítica, com níveis abaixo dos registrados em 2023, o que também deixa a região mais vulnerável ao fogo.

 

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