Por André Garcia
A ministra Marina Silva reafirmou que os países do G20 têm responsabilidade de liderar a resposta à emergência climática e ambiental no mundo, em discurso que abriu a última reunião ministerial do Grupo de Trabalho de Sustentabilidade Ambiental e Climática do G20 nesta quinta-feira, 3,9, no Rio de Janeiro.
“Conjuntamente [os países] representam mais de 80% do Produto Interno Bruto mundial, 80% da população mundial, assim como aproximadamente 80% das emissões globais de gases de efeito estufa. Por isso, devem ajudar a liderar o enfrentamento à crise climática, somada às demais crises ambientais em curso”, disse.
Marina presidiu o encontro com ministros e vice-ministros de Meio Ambiente de 17 países, entre integrantes do G20, nações convidadas e representantes de organizações internacionais, que discutiram quatro temas: adaptação à mudança do clima, oceanos, pagamento por serviços ambientais e economia circular e resíduos sólidos.
Além de uma declaração ministerial, o grupo coordenado por MMA e MRE produzirá quatro cadernos técnicos focados nos debates. Os documentos vão embasar os chefes de governo do G20, que se reunirão em novembro no Rio, e qualificar o debate internacional questões relacionadas à sustentabilidade ambiental e climática.
Eventos extremos
Na ocasião, a titular do Ministério do Meio Ambiente (MMA) destacou a necessidade de ação urgente e coletiva para combater a mudança do clima e a degradação ambiental, que já resulta na perda de biodiversidade, na desertificação e no aumento da poluição já sentidos em todo o mundo.
“O Brasil enfrentou uma enchente histórica na região Sul em 2024, que afetou diretamente 2,1 milhões de pessoas. Ao mesmo tempo, nas demais regiões enfrentamos a situação inversa de uma seca intensa que afeta a produção agropecuária e coloca em alerta nosso sistema de produção de energia hidrelétrica.”
Ela destacou ainda a situação da Amazônia, do Cerrado e do Pantanal, onde a estiagem recorde isola comunidades e cidades e há meses vem provocando uma série de incêndios de grandes proporções.
Pagamento por serviços ambientais
Sobre o pagamento por serviços ambientais, o GT reconheceu o potencial de preservação e de valoração dos serviços ecossistêmicos e a importância de mobilizar recursos públicos e privados. Destacaram também o papel dos povos indígenas e comunidades tradicionais na proteção de ecossistemas.
“Reafirmamos a importância de gerar empregos de qualidade, reduzir a geração de resíduos e a perda de alimentos, impulsionando a transição para um modelo econômico mais justo, resiliente e sustentável”, afirmou Marina.
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