Dados do Monitor do Fogo do MapBiomas mostram que 2,9 milhões de hectares foram consumidos por queimadas de janeiro a julho deste ano e os biomas Amazônia e Pampa lideraram as ocorrências. Segundo a entidade, os dois biomas são os únicos com aumento na área afetada pelo fogo em relação a 2021.
Na Amazônia, segundo o MapBiomas, o fogo atingiu uma área de 1,5 milhão de hectares, enquanto no Pampa foram 28 mil hectares queimados entre janeiro e julho de 2022. Nesse período, foi registrado um aumento de 7% (ou mais de 107 mil hectares) na Amazônia e de 3.372% no Pampa (27 mil hectares) em relação ao ano anterior.
Mato Grosso foi o Estado que mais registrou queimadas nesses sete meses de 2022 (771,8 mil hectares), seguido por Tocantins (593,9 mil hectares) e Roraima (529,4 mil hectares). Esses três Estados representaram 64% da área queimada afetada no período.
Tangará da Serra foi o município mato-grossense mais afetado pelo fogo. Foram 113.727 hectares queimados entre janeiro e julho de 2022 – um aumento de 47% em relação ao mesmo mês do ano passado.
O primeiro e o segundo lugar da lista de municípios que mais queimaram entre janeiro e julho de 2022 são ocupados por Normandia e Pacaraima, ambas em Roraima. Dentre os tipos de uso agropecuário das áreas afetadas pelo fogo, as pastagens se destacaram, com 14% da área queimada de janeiro a julho deste ano.
No Cerrado, a área queimada no mesmo período (1,25 milhão de hectares) foi 9% menor ante igual intervalo do ano passado, porém 39% maior do que em 2020. O mesmo padrão foi identificado na Mata Atlântica, onde houve uma queda de 16% em relação a 2021 (ou 14,3 mil hectares), porém um crescimento de 11% em relação a 2019 e 8% na comparação com 2020. O Pantanal, por sua vez, apresentou a menor área queimada nos últimos quatro anos (cerca de 76 mil hectares), com 19% de redução de 2022 para 2021 em relação ao período de janeiro a julho.
Os dados fazem parte da nova versão do Monitor do Fogo, que o MapBiomas lança nesta quinta-feira em sua plataforma. Ela passará a fazer uso de imagens do satélite europeu Sentinel 2, que permitirá, entre outras aquisições, que os dados sejam atualizados mensalmente, identificando a localização e a extensão das áreas queimadas.
“Este produto é o único nessa frequência e resolução a fornecer esses dados mensalmente, o que facilitará muito a prevenção e o combate aos incêndios, indicando áreas onde o fogo tem se adensado”, explica a coordenadora do Monitor do Fogo do MapBiomas, Ane Alencar.
Fonte: Estadão Conteúdo e MapBiomas