A área desmatada na Amazônia desde janeiro deste ano acumula 7.715km², apresentando o pior índice em 10 anos. Somente em agosto foram 1.606 km², sendo a maior área da década no mês de agosto. Os dados divulgados na segunda-feira, 20/9, são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). O desmatamento detectado em agosto de 2021 ocorreu no Pará (40%), Amazonas (26%), Acre (15%), Rondônia (10%) e Mato Grosso (9%).
Os números observados na região Norte refletem em Mato Grosso, já que um dos efeitos são a redução do volume de chuvas aqui, representando um obstáculo difícil de ser superado hoje pelo setor produtivo. Somente em Confresa (a 1.165 km de Cuiabá), o alerta de desmatamento é de 2,65km², o que equivale a 265 campos de futebol.
Em Mato Grosso, a área devastada atinge 138 km² desde janeiro, com um aumento de 8% em relação a 2020. Contudo, houve uma redução significativa na área degradada de 98%, fechando o mês em apenas 6 km².
De acordo com o Imazon, o desmatamento atingiu ainda a unidade de preservação Resex Guariba-Roosevelt, localizada no município de Aripuanã (a 1.203 km da Capital) e as terras indígenas Zoró, no noroeste do Estado, e Sete de Setembro, próxima a Rondolândia (a 1.608 km de Cuiabá).
“Se quisermos evitar que o ano feche com a maior área desmatada da década, precisamos urgentemente adotar ações mais efetivas, como aumentar o embargo de terras já desmatadas ilegalmente e intensificar operações de fiscalização, com a devida punição dos desmatadores”, alerta Antônio Fonseca, pesquisador do Imazon.
Com 1.606 km² de floresta destruída nos nove Estados que compõem a Amazônia, agosto foi o quinto mês deste ano em que o desmatamento atingiu o pior cenário desde 2012. Até agosto de 2020, o índice representava 5.228 km².
Março, abril, maio e julho deste ano também tiveram a maior área devastada em 10 anos, o que indica que as medidas tomadas para combater a derrubada não conseguiram baixar o ritmo do dano ambiental.