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Mês crítico: queimadas cesceram 105% em agosto

Mês crítico: queimadas cesceram 105% em agostoFogo no Pantanal de Mato Grosso do Sul.Foto:Mairinco de Pauda/ CPA-CBMMS

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Por André Garcia

Caracterizado pela estiagem e pela baixa umidade do ar, agosto é um dos períodos mais críticos para os biomas brasileiros. Mas neste ano, uma combinação altamente inflamável de fatores climáticos torna a situação ainda mais crítica: no último mês, foram 57.528 focos de calor, uma alta de 105% em relação ao mesmo período de 2023.

Impulsionada pelo El Niño, uma seca histórica atingiu a maior parte das regiões ao longo do ano passado. Mas, em nenhuma delas, as condições ficaram tão favoráveis ao fogo quanto no Pantanal, onde o crescimento dos focos entre 2023 e 2024 já é de 3.505% e a área queimada corresponde a 854.600 hectares.

Dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais do Departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa/UFRJ) divulgados pelo Greenpeace, na sexta, 30, mostram que no Cerrado, o aumento no mesmo período foi de 133%, na Mata Atlântica de 119%) e na Amazônia 79%.

Como já mostramos, o período de seca começou mais cedo este ano, criando um cenário crítico que deve se estender pelos próximos dois meses, quando as chuvas começam a cair de maneira regular. Até lá, as chamas continuam avançando por fazendas, empresas e cidades, enquanto a fumaça se espalha País afora.

Enquanto a Polícia Federal investiga os incêndios, o IBAMA reforça as ações antichamas. Uma das estratégias em análise é a contratação de aeronaves de pulverização agrícola adaptadas para o combate às queimadas. Aviões particulares já são usados para conter o fogo no Pantanal.

O governo gasta, em média, R$ 10 milhões a cada duas semanas com a contratação desse serviço, que tem oferta limitada no país. O envio de aeronaves para regiões com focos de incêndio também depende de estudo prévio de local para pouso e pontos de abastecimento de combustível e água.

 Período proibitivo

A situação exige um número cada vez maior de bombeiros , brigadistas e profissionais da segurança na região. Diante disso, o Corpo de Bombeiros de Militar de Mato Grosso (CMMT), vem reforçando o alerta para que a população colabore e respeite o período proibitivo do uso do fogo.

estratégia de uso do fogo para renovação de pastagem ou qualquer outra finalidade está proibida até o fim do ano, e que, quem descumprir a lei poderá ser punido com multa e apreensão de bens, além de prisão de dois a quatro anos. A qualquer indício de incêndio, a corporação orienta que a denúncia seja feita pelos números 193 ou 190.

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