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MT segue líder de desmatamento na Amazônia, diz Imazon

MT segue líder de desmatamento na Amazônia, diz ImazonMT lidera ranking de desmatamento pelo terceiro mês. Foto: Christian Braga/Greenpeace

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A floresta amazônica perdeu somente nos três primeiros meses deste ano uma área equivalente ao território de Salvador, a 15ª maior capital do país. Conforme dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), foram devastados 687 km², o segundo maior acumulado para o período em 15 anos — desde que a instituição iniciou seu monitoramento por imagens de satélite, em 2008. E, segundo a entidade, Mato Grosso lidera ranking de maior desmatador pelo terceiro mês consecutivo.

Em março, 46% de todo o desmatamento registrado na Amazônia ocorreu no nosso Estado: 57 km². Além disso, metade dos 10 municípios que mais desmataram ficam em solo mato-grossense: Nova Ubiratã, Juara, Feliz Natal, Porto dos Gaúchos e Juína. Juntos, eles somaram 35 km² de floresta derrubada, 61% do registrado no estado.

Em termos gerais, o primeiro trimestre só não foi pior do que no ano passado, quando a derrubada da floresta chegou aos 1.185 km². Na comparação com 2021, o acumulado deste ano foi 42% menor. Isso porque, embora o instituto tenha registrado aumento no desmatamento em janeiro e em fevereiro, em março houve uma queda de 85%: a devastação passou de 810 km² em 2021 para 123 km² em 2022. Porém, pesquisadores alertam que é muito cedo para celebrar.

 “Essa redução ainda não é um motivo de comemoração, pois em breve entraremos no período seco, onde historicamente a derrubada da floresta tende a ser maior. O fato de termos no trimestre de 2022 a segunda maior área desmatada em 15 anos nos mostra que o desmatamento ainda segue em ritmo intenso na Amazônia”, ressalta Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon.

Assinado por 278 cientistas de 65 países,  relatório publicado neste mês pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que o mundo precisa reduzir pela metade a emissão de gases de efeito estufa ainda nesta década. Caso contrário, fenômenos extremos ficarão mais frequentes e intensos, como as chuvas que causaram mortes e destruições na Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro, e como as secas vividas no Sul e no Centro-Oeste, que já provocaram quebras nas safras e aumento no preço dos alimentos.

“A mudança no uso da terra é o setor que mais emite esses gases no Brasil atualmente, principalmente por causa do aumento no desmatamento. Por isso, o país precisa priorizar ações de combate e controle da derrubada da floresta para redução das emissões”, explica a pesquisadora.

Fonte: Imazon