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Mudanças climáticas afetam 40 milhões de crianças e adolescentes no Brasil

Mudanças climáticas afetam 40 milhões de crianças e adolescentes no BrasilOs menos responsáveis pelas mudanças climáticas são os mais afetados. Foto: Agência Brasil

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O Unicef reforça necessidade de cuidado no uso de defensivos agrícolas, principalmente no que se refere à saúde de crianças e adolescentes. De acordo com relatório, lançado pela entidade na quarta-feira, 9/11, no Brasil, 40 milhões de meninas e meninos estão expostos a efeitos como contaminação por pesticidas, poluição do ar, falta de água e enchentes fluviais.

O número representa 60% da população nesta faixa etária no país.

O relatório Crianças, Adolescentes e Mudanças Climáticas no Brasil traz como principal dano a contaminação por pesticidas – pelo ar ou pela água -, que atinge 27,8 milhões de crianças e adolescentes brasileiros e que pode comprometer o desenvolvimento físico e intelectual dos grupos.

Para Danilo Moura, oficial de avaliação e monitoramento do Unicef, os planos para lidar com a questão ainda são muito técnicos, e “falta gente” neles.

“Falamos do uso de pesticida como algo muito técnico, como se dissesse respeito à produção de alimentos de forma geral. Mas o princípio tem de ser o da prevenção deste uso de químico”, diz. “É importante dizer que essa política precisa inclusive levar em consideração riscos específicos de crianças e adolescentes , acrescenta o especialista ao jornal Folha de S.Paulo.

Uma das propostas do relatório propõe a promoção de sistemas alimentares que privilegiam soluções equitativas, saudáveis e sustentáveis para a produção, a distribuição e o consumo de alimentos.

 “Uma agenda que priorize crianças e adolescentes deve ser voltada para  a promoção da alimentação saudável e sustentável, inclusive nas escolas. Essa recomendação envolve proteger a agricultura familiar; promover práticas sustentáveis por parte dos produtores, engajando o poder público e o setor privado em favor da redução do uso de agrotóxicos e do aumento das exigências de garantias de origem dos produtos”, cita o documento.

O relatório chama a atenção para a urgência de priorizar crianças e adolescentes nos debates e políticas voltados ao enfrentamento das mudanças climáticas. A crise climática impacta desde a frequência de chuvas até a amplitude térmica e as ondas de calor; da quantidade e da intensidade de eventos extremos, como ciclones e queimadas, até o prolongamento de secas extremas.

“Eles são os menos responsáveis pelas mudanças climáticas, mas suportarão o maior fardo de seu impacto. Por estarem em uma fase mais sensível de desenvolvimento, meninas e meninos são os mais prejudicados diretamente. Além disso, serviços, políticas e instituições que atendem às necessidades deles e de suas famílias são comprometidos pela crise climática”, afirma Paola Babos, representante interina do UNICEF no Brasil.