Cientistas identificaram um novo padrão climático no Oceano Pacífico Sul, semelhante ao El Niño, que pode influenciar significativamente o clima do Hemisfério Sul. Denominado “Onda Número 4 do Padrão Circumpolar do Hemisfério Sul” ou SST-W4, esse fenômeno climático inicia-se próximo à Nova Zelândia e à Austrália e apresenta o potencial de provocar mudanças em larga escala. As informações foram publicadas na BBC Brasil.
A descoberta desse novo padrão foi descrita pelos pesquisadores como a identificação de um “novo ‘interruptor’ no clima da Terra”. Segundo a equipe internacional de pesquisadores que fez a descoberta, esse padrão será vital para entender as mudanças do clima nos próximos anos e, assim, prever melhor suas variações, especialmente no Hemisfério Sul.
O El Niño é conhecido por provocar mudanças significativas no clima global e ocorre, em média, a cada cinco anos pode ter ganhado um “irmão”: o Novo El Niño.
“Essa descoberta é como encontrar um novo interruptor no clima da Terra. Isso mostra que uma área relativamente pequena do oceano pode ter efeitos de longo alcance no clima global e nos padrões climáticos”, disse Balaji Senapati, pesquisador do Departamento de Meteorologia da Universidade de Reading, na Inglaterra, e principal autor do estudo.
O novo padrão climático, similar ao El Niño, no Pacífico Sul abre novas perspectivas para a compreensão das mudanças climáticas. Embora os cientistas ainda não tenham explorado em profundidade como esse novo fenômeno evoluirá, a pesquisa sugere que ele possa estar relacionado ao aumento das secas, das temperaturas e da frequência de eventos extremos na região.
Sua identificação ressalta a importância da interação entre o oceano e a atmosfera na modulação do clima e reforça a necessidade de estudos mais aprofundados para entender as complexas dinâmicas climáticas do Hemisfério Sul.
“Compreender esse novo sistema climático pode melhorar muito as previsões meteorológicas e climáticas, especialmente no Hemisfério Sul. E isso pode ajudar a explicar as mudanças climáticas que até agora têm sido um mistério e melhorar nossa capacidade de prever fenômenos meteorológicos e eventos climáticos extremos”, observou Balaji Senapati.