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Pantanal pode ter áreas com perdas irreversíveis, diz presidente do Ibama

Pantanal pode ter áreas com perdas irreversíveis, diz presidente do IbamaPF também investiga incêndios criminosos na região. Foto: MMA

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Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama, afirmou que algumas áreas do Pantanal poderão ter perdas irreversíveis devido aos incêndios florestais. Ele adiantou que a seca no bioma, que passa pelo seu momento mais severo, deve se estender até o fim de 2024. As informações são do G1. 

“A natureza volta em muitas áreas depois de desastres como esse. (Mas) em alguns lugares a perda é significativa. Em alguns lugares pode ser, inclusive, irreversível. A gente está muito assustado em ver, pelo sexto ano seguido, o Pantanal sem o período de cheias”, disse Agostinho.

Renata Libonati, coordenadora do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ), explicou à Agência Brasil que apesar das condições adversas configuradas pelos efeitos da mudança climática, o incêndio só ocorre se houver alguma ignição e, após análise técnica, foi constatado que entre maio e junho não houve ocorrência de raios para a região. Pela análise da equipe, as causas das queimadas que consomem atualmente o Pantanal são de origem humana.

A seca se antecipou

“A seca começou três meses antes, mas não existe nenhuma evidência de que provavelmente ela termine três meses antes. Então, de fato, a gente vai ter que trabalhar com o pior cenário, que é o cenário de uma seca até o final do ano”, revelou o presidente do Ibama.

Agostinho também atribuiu uma parte dos focos de incêndio que originaram o desastre no Pantanal tenha sido provocada por criminosos.

“Eu não descarto que algumas dessas áreas onde o fogo começou tenha sido fogo para limpeza dos restos vegetais que ficam depois do desmatamento. Tudo isso está sendo investigado e, se a gente encontrar responsáveis por esse fogo, essas pessoas responderão criminalmente. A Polícia Federal foi acionada e já abriu um inquérito de investigação”, explicou.

O presidente do Ibama reforçou que uma das formas de impedir que novos desastres no bioma ocorram futuramente é acabar com o desmatamento.

“É uma meta importante que a gente vai perseguir com muita ação de fiscalização”, disse.

Alertas

As chuvas já haviam ficado abaixo da média histórica do Pantanal desde maio de 2023. O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemadem) chegou a apresentar um relatório alertando sobre a escassez na região. Agostinho revelou que foi elaborado um plano de prevenção e combate aos incêndios florestais no bioma.

“A gente fez, sim, as ações preventivas, agora a gente não tem como prever onde é que alguém vai colocar fogo, em que direção nós teremos essas chamas, o tempo todo os ventos mudam de direção”, respondeu.