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Pesquisador da UFMT estuda relação entre pombas e desmatamento

Pesquisador da UFMT estuda relação entre pombas e desmatamentoPresença de pombas na Amazônia foi o alerta para estudo da UFMT. Foto: Wikipedia

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O pesquisador Gabriel Magalhães Tavares, do programa de pós-graduação em Zoologia (PPGZOO), da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), usou dados de ciência cidadã e, em parceria com outras instituições, encontrou centenas de registros de pombas urbanas em diferentes regiões da Amazônia Brasileira, coincidindo com áreas de desmatamento desde 1988. O estudo, ainda que não estabeleça uma correlação  entre os dois fatores, reforça que a expansão territorial desses animais pode ser um reflexo do desmatamento.

“Todos os animais possuem uma sensibilidade para perturbações no seu habitat, sejam perturbações naturais ou causadas pelo homem. Sendo assim, a presença ou ausência de determinada espécie em um ambiente pode indicar o quão saudável ou degradado ele está. As aves, por serem altamente sensíveis às modificações, são consideradas de forma geral como excelentes indicadores – ou bioindicadores – da qualidade de determinado ambiente” explica Gabriel.

Os cientistas usaram dados coletados de três sites onde qualquer pessoa pode registrar as aves que avista: wikiaves, ebird e taxéu. A ferramenta, chamada de ciência cidadã, permite que os pesquisadores tenham acesso a vastos bancos de dados construídos com o esforço coletivo da população, como numa rede social. Entretanto, como as aves não são identificadas por especialistas, cada registro precisou ser avaliado minuciosamente.

Foram realizados 804 registros da espécie Zenaida auriculata (avoante) na Amazônia brasileira, entre 1982 e 2020. Os pesquisadores compararam sua distribuição com as áreas desmatadas entre 1988 e 2019. No mapa, fica evidente que diversos registros entre 1999 e 2020 avançam progressivamente dentro do território da floresta, seguindo os contornos da área desmatada.

“A avoante pode se beneficiar de culturas agrícolas, como soja, milho e trigo, uma vez que sua dieta inclui esses tipos de grãos. Esta pode ser uma das razões pela qual as populações dessa ave estão se dispersando para áreas desmatadas, em grande parte sendo ocupadas por tais culturas”, conclui o pesquisador.

Fonte: UFMT