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Queda no desmate reduz cobranças internacionais sobre commodieties brasileiras

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Fim da moratória cria impasse para exportadores de soja
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Por André Garcia

As cobranças mundiais sobre os produtos brasileiros cessaram graças à queda no desmatamento da Amazônia. A notícia saiu da boca do Ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro, que participou da coletiva na qual o Governo Federal anunciou nesta quinta-feira, 9, que a taxa oficial de desmatamento na Amazônia caiu 22,5%.

A porcentagem foi apontada pelo sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e corresponde a 9.001 km2 registrados no período de agosto de 2022 a julho de 2023. Deste modo, a comparação diz respeito ao intervalo de agosto de 2021 a julho de 2022.

De acordo com Fávaro, em reunião realizada na quarta-feira, 8/11, representantes da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), agradeceram a postura do Governo federal em Relação à questão ambiental.

“Eles falaram na mudança da política pública, no combate ao desmatamento e nos índices que já vem caindo e que não tiveram mais cobrança mundial. Quer dizer, o mundo está reconhecendo e não está havendo mais dificuldade para a comercialização dos produtos brasileiros.”

De acordo com o ministro, a fala foi do presidente da Cargill em nome de todos os empresários que fazem parte da Abiove. O encontro incluiu, além dele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa.

“Eles vieram parabenizar o presidente pela política ambiental de repressão ao desmatamento ilegal, que dificultava a comercialização dos produtos brasileiros do agro, principalmente o óleo de soja, o farelo de soja e depois os desdobramentos com carnes”, comentou Fávaro na ocasião.

Os números divulgados  confirmaram uma tendência de queda. Dados do Deter já apontavam que a reversão da curva de desmatamento ocorreu a partir de janeiro de 2023: houve alta de 54% de agosto a dezembro de 2022, no governo anterior, e queda de 42% de janeiro a julho de 2023, início do atual governo.

Crédito: MMA

Segundo o Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática, se fosse mantido o ritmo de desmatamento registrado pelo Deter de agosto a dezembro de 2022, a taxa anual seria superior a 13 mil km2.

Em relação aos Estados, as maiores quedas foram registradas em Rondônia (42%) e no Amazonas (40%). No Pará, a taxa caiu 21%. A nota dissonante entre os que mais desmatam foi  Mato Grosso, único entre eles em que o desmatamento aumentou 9%.

Controle e combate

A queda na taxa de desmatamento na Amazônia é atribuída pela Pasta à intensificação das ações de comando e controle, com destaque para o aumento, no mesmo período, de 104% dos autos de infração aplicados pelo Ibama por infrações contra a flora na Amazônia. Já as apreensões aumentaram 61%, os embargos, 31%, e a destruição de equipamentos, 41%.

Em Unidades de Conservação houve redução de 58% da taxa de desmatamento e alta de 320% dos autos de infração aplicados pelo ICMBio no mesmo período.

Com o resultado obtido de agosto de 2022 a julho de 2023, foi evitada a emissão de 133 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente (CO2e) na atmosfera, o que representa cerca de 7,5% das emissões do país, tendo como base o ano de 2020, último dado oficial disponível.

O Prodes aponta queda de 42,1% do desmatamento nos 70 municípios considerados prioritários pelo MMA, que concentram 73% do desmate.

Vale destacar ainda o relançamento do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm), em julho deste ano.

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