Por André Garcia
Somente nos cinco primeiros dias de novembro, o Centro Oeste contabilizou 1113 focos ativos de queimadas, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Isso equivale a mais de 1/3 do total registrado em todo mês de outubro, quando a região alcançou 3.318 focos, 40% a mais que o mesmo período de 2022.
Os números reforçam a preocupação com os três biomas abrangidos pela região, já que, historicamente, seria a partir de agora que os incêndios florestais começariam a cessar, graças às chuvas.
Contudo, como já mostramos, em decorrência do El Niño, a estiagem será prolongada pelos próximos meses, o que pode manter os índices de queimadas elevados. Ou seja, o fenômeno ameaça um intervalo no qual Amazônia, Cerrado e Pantanal começariam a se recuperar do aumento da degradação observado durante a seca.
Neste contexto, a situação é mais crítica em Mato Grosso, que liderou o ranking de queimadas de outubro, com aumento de 1.548 para 2.454 nos focos ativos em comparação com o mesmo período de 2022.
O estado é seguido por Mato Grosso do Sul, onde os números saltaram de 51 para 495. Já em Goiás houve redução de 752 para 369, enquanto no Distrito Federal os 10 casos registrados em outubro de 2022 caíram para 0 neste ano.
Outro fator preocupante é o fim do período proibitivo para o uso de fogo para limpeza e manejo de áreas rurais, encerrado no dia 31.
Queimadas por bioma
Amazônia, Pantanal e Cerrado concentraram quase 90% dos focos ativos de queimadas em outubro. Neste caso, o pior cenário é o da Amazônia, que apresentou aumento de 13.911 para 22.061, enquanto no Pantanal, os dados também tiveram salto, passando de 48 para 1.157. No Cerrado, os focos caíram de 11.594 para 8.371.
Na lista dos municípios que mais queimaram em outubro, Poconé (MT), considerada como a “porta de entrada para o Pantanal”, responde por 728 focos.
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