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Rastreabilidade na cadeia pecuária é urgência para o Brasil

Rastreabilidade na cadeia pecuária é urgência para o BrasilPaíses dão sinais de que não querem comprar qualquer produto. Foto: CNA

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Dono do maior rebanho bovino do mundo e também o maior exportador da commodity, o Brasil precisa, urgentemente, identificar seus animais. Se antes a questão sanitária já era motivo suficiente para aumentar o controle, agora, o mercado também exige saber o percurso dos bois para atender aos requisitos de sustentabilidade.

É o que mostra publicação do Um Só Planeta, ao destacar que a implementação da rastreabilidade de forma robusta é para ontem, uma vez que diversos consumidores – e países – dão sinais claros de que não querem comprar qualquer produto que tenha vínculo com a degradação de florestas.

Um dos deadlines previstos é do Regulamento Livre de Desmatamento da União Europeia (EUDR), cujos requisitos para a importação de commodities brasileiras serão aplicados a partir de 30 de dezembro de 2024. Não por acaso, muitos protocolos comerciais com exigências atreladas ao rastreio bovino entram em vigor em 1º de janeiro de 2025.

“Esse é um dos grandes problemas à frente, porque a gente sabe que [a data] não é factível, mas vejo que os atores do setor vão pressionar um pouco mais rápido para isso acontecer”, afirma Netto Schimansky, presidente da Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável.

Ele lembra que, além de a prática do rastreio constar na legislação do país, é preciso considerar a COP30, a ser realizada em Belém do Pará, em 2025. O maior evento global sobre mudanças climáticas organizado pelas Nações Unidas põe o país em posição de dar transparência sobre a sustentabilidade na produção de alimentos.

Conformidade à lei – mas como?

A Lei para Aplicação da Rastreabilidade, nº 12.097/2009, foi feita para garantir o registro e acompanhamento das informações referentes às fases da cadeia produtiva das carnes de bovinos e de búfalos, rastreando um animal ou grupo de animais durante todos os estágios da sua vida, além do transporte, processamento e distribuição.

“Hoje, o Brasil tem a GTA, mas ela não tem histórico, não serve como documento de rastreabilidade, mas de sanidade. Cada movimentação desse animal gera um número de lote, referente a um grupo de animais, e cada vez que ele passa por uma fazenda esse histórico é perdido”, explica Netto.

Segundo Netto, para avançar na questão, é necessário uma aliança entre o agronegócio, tecnologia e a agenda ESG.

 

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