De 80% a 100% da população de Brasil , China, Egito, Etiópia e Gana serão afetadas por secas mais severas e longas causadas pelo aumento das temperaturas globais, ao longo dos próximos 30 anos. Essa é a conclusão de um novo estudo da Universidade de East Anglia, na Inglaterra.
Os seis países foram selecionados por terem tamanhos e níveis diferentes de desenvolvimento, e por estarem distribuídos em três continentes e contarem com alta diversidade de habitats e biomas. E, ainda assim, todos ssofrerão as consequências dos desmatamentos desenfreados.
De acordo com o estudo, mesmo ocorrendo uma elevação modesta de 1,5°C – limite estabelecido pela ciência para a humanidade lidar com os impactos climáticos- , as mudanças climáticas trarão sérias consequências.Para se ter uma ideia, no Brasil, nesse cenário, a probabilidade de seca deve triplicar.
Com um aquecimento de 3°C, mais de 50% da área agrícola em cada nação sofreria estiagem severa também durante 12 meses, por mais de três décadas.
“Em contraste, descobrimos que cumprir a meta de temperatura de longo prazo do Acordo de Paris, que é limitar o aquecimento a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, pode beneficiar muito todos os países, reduzindo bastante a exposição à seca severa para grandes porcentagens da população e em todas as principais classes de cobertura da terra, com o Egito potencialmente se beneficiando mais”, afirma Jeff Price, um dos pesquisadores.
Para Price, a redução requer “uma ação urgente em escala global agora para interromper o desmatamento (inclusive na Amazônia) nesta década e descarbonizar o sistema de energia nesta década, para que possamos atingir emissões líquidas globais zero de gases de efeito estufa até 2050”.