Por André Garcia
Ainda não há esperança de melhora para a crise hídrica que afeta o Pantanal, onde a Bacia do Rio Paraguai atingiu, na última semana, o menor nível já registrado em 59 anos. A informação é do Serviço Geológico do Brasil (SGB), que mostra que a maioria dos rios segue com níveis abaixo do normal para este período do ano.
Conforme boletim divulgado pela entidade semanalmente, nas próximas duas semanas são esperados acumulados de chuva insignificantes na região. Caso esse prognóstico se concretize, e a tendência observada nos últimos dias permaneça, a previsão é de que os rios continuem em processo de vazante, especialmente em Cáceres (MT), Ladário (MS), Forte Coimbra (MS) e Porto Murtinho (MS).
No trecho do Rio Paraguai em Cáceres (220 km de Cuiabá), o nível de água chegou a 71 centímetros. A mínima histórica já registrada no mesmo período era de 80 centímetros.
O trecho de Barra do Bugres (MT) apresenta o nível mais baixo já registrado no histórico para este período do ano: 43 cm. Essa cota é 35 cm menor que a média para o mês de julho, que é de 78 cm. Já a estação de referência, em Ladário (MS), teve redução de 6 cm nos últimos sete dias. A cota atual está em 71 cm, sendo que a média é de 428 cm.
Conforme pesquisadora do SGB, Luna Gripp, apesar dos níveis baixos, algumas estações, como a de Ladário, ainda não registraram os menores valores já observados para o período. Os níveis apresentados no monitoramento não representam a profundidade do rio, mas fazem menção a um referencial específico para cada estação.
“Nesse período de monitoramento, durante a seca e a estiagem, os níveis dos rios sempre se mostram bem baixos. Entretanto, esses números são utilizados apenas para os comparativos com dados históricos, e só podem ser equiparados com os registros realizados em uma mesma estação. Quando a régua marca determinado valor, não significa que essa é a profundidade atual do rio”, pontua.
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