A atual forma de produção de alimentos, baseada em monoculturas extensivas e uso intensivo de agrotóxicos e água, está colocando em risco o futuro do planeta e a saúde da população mundial. O alerta foi dado por especialistas e líderes globais durante a cúpula “Nutrition for Growth” (N4G).
Segundo dados apresentados, o sistema agrícola atual é responsável por um terço das emissões de gases de efeito estufa e 70% do consumo de água doce. Além disso, é altamente vulnerável a eventos extremos, como secas e inundações, que causam perdas nas lavouras e aumentam os preços dos alimentos.
As mudanças climáticas também representam um grave risco para a nutrição humana. Estudos indicam que o aumento das emissões de dióxido de carbono pode reduzir a disponibilidade de nutrientes essenciais, como ferro, zinco e proteínas, em alimentos básicos. Isso poderia levar a um aumento significativo nos casos de deficiência nutricional em todo o mundo.
Alternativas sustentáveis
Diante desse cenário alarmante, especialistas defendem a adoção de sistemas de produção mais sustentáveis, como a agroecologia e a agricultura familiar. A agroecologia, por exemplo, busca equilibrar produção de alimentos, preservação dos recursos naturais e desenvolvimento social.
A prática reduz o uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos, que podem contaminar o solo, a água e o ar; propõe a diversificação de culturas e a integração de diferentes espécies animais e vegetais, que promovem a biodiversidade e a saúde dos ecossistemas; utiliza práticas como a rotação de culturas e a adubação verde, que melhoram a fertilidade do solo e reduzem a erosão. Tudo isso faz os sistemas agroecológicos serem menos frágeis a eventos climáticos extremos, como secas e inundações.
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