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Soluções biológicas impulsionam produtividade do agro no Brasil

Soluções biológicas impulsionam produtividade do agro no BrasilBioinsumos aumentam a resistência das lavouras. Foto: Reprodução/Corteva

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O uso de bioinsumos ganhou força no Brasil durante a safra 2023/2024, com crescimento de 15% nas vendas de produtos que favorecem o manejo sustentável e a rentabilidade agrícola. A expansão está relacionada ao avanço da agricultura de baixo impacto e ao aumento da consciência ambiental entre produtores.

Segundo publicação do Canal Rural, uma das práticas que se destaca nesse cenário é o uso de inoculantes biológicos, capazes de captar o nitrogênio do ar e disponibilizá-lo para as plantas. A tecnologia reduz a necessidade de fertilizantes sintéticos e fortalece o equilíbrio do solo.

Esses produtos são formulados com organismos vivos ou substâncias derivadas deles e podem atuar como biofertilizantes, bioestimulantes, solubilizadores ou biodefensivos. Além de favorecerem o crescimento das culturas, também ajudam no controle de pragas e doenças.

A aplicação de bioinsumos aumenta a resistência das lavouras ao estresse causado por fatores ambientais extremos, como seca e calor, e também por organismos nocivos. Isso favorece a produtividade mesmo em condições adversas.

Estudo da consultoria Blink, divulgado pela CropLife Brasil, mostra que a soja concentra 55% do uso de bioinsumos no país, seguida por milho (27%) e cana-de-açúcar (12%). Outras culturas, como café, citros e hortifrútis, somam os 6% restantes.

Dados da McKinsey & Company revelam que 64% dos produtores brasileiros utilizaram biofertilizantes em 2024. No mesmo período, 61% adotaram biodefensivos, atraídos pela redução de custos com insumos químicos e tratamentos complementares.

Inovações fortalecem o mercado de bioinsumos

 Apesar do avanço, o setor ainda enfrenta desafios, como o desenvolvimento de novas formulações e o aprimoramento tecnológico dos produtos. A demanda por soluções mais eficientes cresce com a expansão da agricultura de exportação.

Entre as inovações, o produto Utrisha™ N, da Corteva Biologicals, se destaca. Ele disponibiliza nitrogênio diretamente nas folhas por meio da bactéria Methylobacterium symbioticum, que entra pelos estômatos e converte o gás em amônio assimilável.

A tecnologia permite nutrição contínua ao longo do ciclo da cultura e atende às exigências internacionais por não deixar resíduos químicos. O foco está em lavouras como soja, milho e batata, que exigem alto aporte nutricional.

“A cada dia, os biológicos estão transformando a agricultura, aumentando a rentabilidade e o cuidado com todo o ecossistema”, afirma Robson Mauri, diretor de Marketing da Corteva Biologicals.

Iniciativas como a da multinacional são um exemplo de que é possível superar os desafios do campo com tecnologia e potencializar a produtividade das lavouras até mesmo em condições adversas, provando que as soluções biológicas são mais do que uma aposta, mas sim uma tendência consolidada para produzir com sustentabilidade.

 

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