A devastação da floresta amazônica triplicou em março e fez o primeiro trimestre de 2023 fechar com a segunda maior área desmatada em 16 anos. De acordo o monitoramento por imagens de satélite do Imazon, implantado em 2008, foram derrubados 867 km² nos três primeiros meses deste ano, área que equivale a perda de quase mil campos de futebol por dia de mata nativa.
Essa destruição só não foi maior do que a registrada em 2021, quando foram postos abaixo 1.185 km² de floresta de janeiro a março. Os dados foram publicados nesta quinta-feira, 20/4, pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia( Imazon).
Depois de liderar por dois meses seguidos como o Estado que mais desmatou na Amazônia, Mato Grosso caiu em março para a terceira colocação. Porém, ainda não há motivos para comemorar: A Terra Indígena Piripkura, localizada em Colniza e Rondolândia, no norte do estado, apresentou a maior área desmatada da Amazônia Legal.
A derrubada da floresta cresceu 51% em solo mato-grossense. A devastação passou de 57 km² em março de 2022 para 86 km² em março de 2023, representando 25% de todo o desmatamento na Amazônia. No estado, a devastação vem avançando pela metade norte. Em março, os municípios de Mato Grosso campeões de desmatamento foram União do Sul (9 km²), Feliz Natal (9 km²) e Aripuanã (8 km²).
Oito dos nove Estados que compõem a Amazônia Legal tiveram aumento no desmatamento em março, com exceção do Amapá. Com isso, 42% do desmatamento previsto pela plataforma PrevisIA para o período de agosto de 2022 a junho de 2023, de 11.805 km², já ocorreu.
No mês de março, o Imazon detectou 344 km² de desmatamento na Amazônia, um aumento de 180% em relação à março de 2022, quando foram derrubados 123 km². Foi o segundo pior março desde o início do monitoramento, em 2008.