Por André Garcia
Mato Grosso assumiu a liderança no ranking dos maiores desmatadores da Amazônia, respondendo pela destruição de uma área de 905 km² no primeiro semestre de 2023, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Além disso, é o único estado onde a devastação cresceu, na comparação o mesmo período de 2022, quando os alertas de desmatamento caíram 33,6% no bioma. No Pará (746 km²) e no Amazonas (553km²), houve queda de 55,2%, e 32,8% na destruição florestal, respectivamente.
Foi o que informou o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima (MMA), João Paulo Capobianco, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 6/7.
“São números muito significativos em relação aos estados que mais desmatam a Amazônia. A exceção à regra é Mato Grosso que, contrariando a tendência global, registrou aumento nesse período, na ordem de 7,1%. Portanto o Mato Grosso será objeto de ações muito importantes e parcerias que estão sendo construídas lá agora.”
Os dados, levantados pelo sistema Deter, mostram ainda que o Estado contribuiu sozinho com 34% dos 2.640 km² em alertas registrados entre janeiro e junho de 2023. Vale destacar que 83% do valor total está distribuído entre os três líderes do ranking da devastação.
Na Amazônia, 20% dos municípios concentram 50% dos alertas. Destes, seis estão no Pará, seis no Amazonas, um em Rondônia e sete em Mato Grosso, sendo: Nova Santa Helena, Querência, Aripuanã, Porto dos Gaúchos, Juara, Colnilza e Feliz Natal.
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