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Agro regenerativo mitiga quebra da safra de soja na Fazenda Roncador

Agro regenerativo mitiga quebra da safra de soja na Fazenda Roncador

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Uma das maiores propriedades agropecuárias do País, a Fazenda Roncador, no município de Querência (MT), percebeu que a implementação de práticas da agricultura regenerativa só não a livrou totalmente dos prejuízos da seca que castigou a safra da soja 2023/2024 por uma questão de tempo.

É que dos 30 mil hectares plantados na fazenda, todos convertidos para a integração lavoura pecuária (ILP),  apenas em 1/3 dessa área a prática já está mais desenvolvida. E foi justamente aí que os efeitos do clima extremo foram menos sentidos.

Para se ter uma ideia, nos 10 mil hectares com ILP mais madura ,cada hectare rendeu 64 sacas de soja contra 53 sacas por hectare dos outros 2/3. A expectativa era colher 66 sacas por hectare.

“Quase não tivemos quebra nesses 10 mil hectares. Foi a confirmação de que o caminho é esse”, diz o CEO do Grupo Roncador, Pelerson Dalla Vecchia para o Capital Reset.

Além da ILP, na área faz-se o plantio direto, o controle biológico de pragas e remineraliza o solo por meio da prática de rochagem – em que pedras moídas são misturadas na terra para fortalecer e rejuvenescer o solo.

A descoberta das boas práticas é relativamente recente pelos proprietários da Roncador. Com origem na pecuária, a fazenda foi adquirida pelo avô de Dalla Vecchia -Pelerson Soares Penido – em 1978.  Mas foi só na virada do século que  os donos da Roncador perceberam que precisavam ter mais produtividade.

A primeira ideia foi plantar grãos para reformar o pasto, mas para isso tiveram que investir na recuperação da fertilidade do solo. Isso transformou o cenário que em 2008 era de pouco mais de um terço dos 60 mil hectares de pastagens degradados.

De aordo com a repotagem, toda a área produtiva da fazenda hoje está dedicada à integração lavoura-pecuária. E, considerando soja e gado, a quantidade de alimentos aumentou consideravelmente, passando de 4,9 mil toneladas em 2008 para 235 mil toneladas em 2020.

“A pessoa chega lá no meio da seca e fala: ‘mas, o que aconteceu aqui na fazenda? Choveu?’ Eu chego de avião no Mato Grosso e vejo tudo cinza, mas, lá no meio, tem uma faixa verde, que é a área da fazenda. É de arrepiar”, diz Dalla Vecchia.