Por André Garcia
Proposta pelo Brasil aos membros do G20, a implementação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza pode ser encarada como uma boa nova tanto para os 735 milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade no mundo, quanto para quem já vem produzindo e colocando comida no prato de outros milhões de pessoas.
A questão vem sendo abordada ao longo da semana no Banco Mundial em Washington, DC, nos Estados Unidos, onde o governo brasileiro reiterou que a fome é um problema econômico e que só a partir de sua erradicação é que haverá uma nova economia global.
De acordo com publicação da Folha de São Paulo, a proposta encontra resistência por parte de outros países, que afirmam que ela pode concorrer com entidades já existentes. A organização do G20, no entanto, publicou nota informando que as discussões ocorrem “sem grandes embates sobre o formato proposto.”
“A proposta da Aliança, aberta a todos os países, busca formar uma cesta com políticas públicas de combate à fome e à miséria bem-sucedidas, como ocorreu no Brasil, e em diversas outras regiões do mundo. O propósito é não ficar restrito a apenas oferecer recursos financeiros, mas mostrar programas, políticas e ferramentas que já tenham sido usadas em outros países e dado bons resultados”, diz o comunicado.
De qualquer forma, uma proposta consolidada deve ser apresentada em junho, durante reunião de ministros do G20, no Rio de Janeiro (RJ).
No final de março, em um encontro realizado em Brasília, representantes de diferentes países disseram respaldar o objetivo do Brasil de mobilizar um esforço internacional de enfrentamento à pobreza. Mas já teriam afirmado que seria preciso simplificar a governança proposta para a nova organização.
Representantes brasileiros vêm destacado experiências internas para embasar a iniciativa. Os exemplos incluem as políticas sociais de combate à fome e à pobreza criadas entre 2002 e 2014, que derrubaram o número de cidadãos subnutridos em 82%.
Desde que assumiu a chefia do grupo, em Nova Delhi, na Índia, no ano passado, o Brasil defende a proposta. Seu lançamento está previsto para ocorrer em paralelo à Cúpula do G20, em novembro.
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