A multinacional brasileira Amaggi está investindo US$ 15 milhões na construção de fábrica para produção de insumos biológicos, em Sapezal (MT). A inauguração está prevista para janeiro de 2024 e reforça o avanço dos bioinsumos rumo ao protagonismo no setor, tendência já adiantada pelo Gigante 163.
Em entrevista publicada pela Agfeed na quinta-feira, 15/6, o diretor geral da Agropecuária Maggi, Pedro Valente, explicou que atualmente os biológicos representam 9% do total de defensivos utilizados pela empresa e que, em um primeiro momento, a biofábrica deverá atender a demanda interna.
Segundo ele, a intenção é seguir aumentando o consumo gradativamente e, nos próximos cinco anos, alcançar até 40% do manejo combinado entre produtos químicos e biológicos. O executivo também admite que na segunda etapa o projeto prevê passar a fornecer também os biológicos para produtores rurais clientes da Amaggi.
“Mas seremos multiplicadores e não fabricantes de novos produtos”, ressaltou.
Diante do que isso pode representar em economia e em lucros obtidos com as futuras vendas, o valor investido na biofábrica pode ser considerado baixo. O número soa ainda mais irrisório se comparado ao faturamento total do grupo, que chega a US$ 10,2 bilhões.
A decisão, porém, também está alinhada com os rumos que o setor promete tomar no país. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), por exemplo, vem sinalizando que o próximo Plano Safra deverá oferecer juros mais baixos e limites maiores para quem adotar práticas sustentáveis, incluindo a gradual substituição de químicos por biológicos.
“A nossa decisão de investir neste tipo de manejo não tem relação com a política ou governo, é algo que já estamos apostando há 7 anos e totalmente relacionado com a sustentabilidade da produção”, destacou Valente.
Esta não é a primeira aposta em negócios sustentáveis da Amaggi. Nos últimos anos, o grupo construiu duas fábricas misturadoras de fertilizantes, uma em Mato Grosso e outra em Rondônia. Recentemente o grupo inaugurou também uma usina de biodiesel em Lucas do Rio Verde (MT).
Além disso, segundo Pedro, a empresa segue avaliando a possibilidade de investir no etanol de milho, segmento que vem crescendo em Mato Grosso. Ele garante ainda que o grupo está preparado para os desafios que estão por vir com a nova legislação da União Europeia, proibindo a compra de commodities de áreas de desmatamento.
“Hoje já temos 100% das áreas próprias rastreadas e mais de 99% daquilo que compramos também com rastreabilidade”, concluiu.
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