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Amazônia lidera ranking de megasecas no Brasil

Amazônia lidera ranking de megasecas no BrasilVegetação amazônica enfrentou um estresse hídrico severo. Foto:Agência Brasil

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a Amazônia é a região do Brasil mais impactada pelas megasecas – períodos de estiagem que duram ao menos dois anos, e que têm se tornado mais frequentes e intensos globalmente. Entre 1970 e 2018, mais de 13 mil eventos desse tipo foram registrados, e o Brasil aparece duas vezes entre os dez casos mais severos, aponta estudo recente.

A Amazônia Sul-Ocidental, que abrange partes dos estados do Acre, Amazonas, Rondônia e Mato Grosso, além de áreas da Bolívia e do Peru, enfrentou uma das secas mais prolongadas do planeta entre 2010 e 2018, sendo classificada como a sétima mais grave do mundo nesse período.

Durante essa megaseca, rios como o Madeira, Negro e Solimões atingiram níveis historicamente baixos, isolando diversas comunidades ribeirinhas. A vegetação amazônica, por sua vez, sofreu um estresse hídrico severo, o que aumentou significativamente a vulnerabilidade da floresta aos incêndios. Entre 2015 e 2016, nos piores momentos da seca, o número de focos de queimadas aumentou até 30% em relação à média histórica da região.

A região leste do Brasil foi apontada, pelo levantamento, como a nona megaseca mais severa do mundo. Ela aconteceu entre 2014 e 2017, quando uma crise hídrica sem precedentes atingiu os estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo.

O Pantanal também foi fortemente impactado pela seca, registrando em 2023 uma redução de 61% na área coberta por água em comparação com a média histórica desde 1985, tornando-se um dos biomas mais afetados.

Estiagem mais intensa

O estudo reforça os alertas da Organização Meteorológica Mundial (OMM), que já apontava o agravamento das secas no Brasil. Em 2024, quase 60% do território nacional foi afetado pela estiagem mais intensa e generalizada já registrada, intensificada pelo aquecimento global, desmatamento e fenômenos climáticos como o El Niño.

Os cientistas alertam que o aumento das temperaturas, a redução das chuvas e a intensificação da evapotranspiração (perda de umidade do solo e das plantas) podem tornar as megasecas ainda mais severas. O impacto se estende para a biodiversidade, a segurança alimentar e a geração de energia no Brasil. Especialistas defendem a necessidade de políticas urgentes de adaptação e prevenção para conter os impactos dessas mudanças climáticas.

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