A JBS encerrou o segundo trimestre de 2021 com lucro líquido recorde de R$ 4,382 bilhões, ou R$ 1,75 por ação, um avanço de 29,7% ante o lucro líquido de R$ 3,379 bilhões verificado em igual período de 2020, informou a empresa na noite de quarta-feira (11/8). A receita líquida também foi a maior da história, em R$ 85,626 bilhões, aumento de 26,7% em relação aos R$ 67,582 bilhões do segundo trimestre do ano passado. Da mesma forma, o Ebtida ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) cresceu 10,3%, de R$ 10,611 bilhões para o recorde de R$ 11,706 bilhões. A margem ficou em 13,7%.
A dívida líquida da companhia somou R$ 54,192 bilhões, praticamente estável, com uma leve queda de 0,6% em relação ao reportado em igual trimestre de 2020, de R$ 54,517 bilhões. Em dólares, porém, a dívida líquida aumentou 8,8%, de US$ 9,955 bilhões para US$ 10,833 bilhões. Já a alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda, ficou em 1,61 vez em reais e 1,73 vez em dólares no segundo trimestre, contra 2,09 vezes e 1,74 vez, respectivamente. Na comparação com o índice do trimestre anterior, o primeiro de 2021, a alavancagem caiu em reais, mas subiu em dólares, já que no período estava em 1,76 vez em reais e em 1,67 vez em dólares.
Em entrevista, o diretor Financeiro Global da JBS, Guilherme Cavalcanti, explicou que, “a dívida líquida subiu em dólares, mas houve uma queda de US$ 30 milhões nas despesas com juros, o que permite que a empresa emita novas dívidas com menor custo do que as que estão vencendo”. O executivo também acrescentou que a empresa deve reduzir em US$ 100 milhões as despesas financeiras em 2021 ante 2020.
O fluxo de caixa operacional foi de R$ 5,8 bilhões, 49,3% a menos do que no mesmo trimestre do ano passado. Com isso, a empresa gerou R$ 3,2 bilhões em caixa livre, 66,5% a menos do que no mesmo trimestre do ano passado. “Vimos uma queda no fluxo de caixa livre principalmente por causa do impacto de R$ 3 bilhões gerado pelo aumento dos estoques decorrente dos gargalos logísticos que viemos observando nos últimos meses”, disse Cavalcanti, acrescentando que isso deve ser solucionado já no segundo semestre do ano. Além disso, em nota, a empresa menciona o crescimento das rubricas “contas a receber” e o aumento do preço médio de venda em todas as unidades, aliado a um aumento no volume exportado.
O resultado financeiro líquido da empresa ficou negativo em R$ 1,145 bilhão, contra um resultado negativo de R$ 3,229 bilhões no segundo trimestre de 2020.
A JBS informou, ainda, a aprovação de uma antecipação de distribuição de dividendos no valor de R$ 2,5 bilhões, cerca de R$ 1 por ação. O pagamento será realizado em 24 de agosto. Somado aos R$ 2,5 bilhões já pagos pela empresa no primeiro trimestre, gera um dividend yield de 6,1%.
“Nossa geração de caixa tem permitido remunerar os acionistas e reinvestir na companhia, além das comunidades nas quais atuamos”, afirmou o executivo. De 2020 até o momento, a empresa investiu R$ 34 bilhões, dos quais R$ 11,5 bilhões foram em aquisições, que incluem uma divisão do Kerry Group, a europeia Rivalea e a australiana Huon, que ainda dependem de aprovação.
A JBS Brasil também voltou a apresentar redução nas margens de lucros, em razão dos custos de produção, especialmente a arroba do boi gordo, que seguiu firme acima dos R$ 300. Apesar do desafio, a empresa aumentou em 17,3% o processamento de bovinos no período, o que levou ao crescimento de 46% na receita líquida, para R$ 12,736 bilhões.
O mercado externo foi responsável por 56% dos volumes comercializados pela unidade no período, ante 50% no mesmo trimestre do ano anterior. Nesse sentido, a receita líquida da unidade com as vendas para o exterior cresceu 24,1% na mesma base comparativa, para R$ 5,5 bilhões, em função principalmente do crescimento de 41,1% no volume e de 17% no preço médio de venda de carne bovina.
Fonte: Estadão Conteúdo