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Banqueiros recorrem a Tarcísio por mudanças em política ambiental

Banqueiros recorrem a Tarcísio por mudanças em política ambiental

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Não é só o setor agrícola e o governo federal que têm o desafio de desembolar o nó que virou a questão ambiental no Brasil. Os banqueiros tampouco andam satisfeitos. Em reunião na quinta-feira, 12/8, com 19 executivos do setor, promovida pela Federação Brasileiras dos Bancos (Febraban), o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, ouviu reclamações de que eles estão com dificuldade de negociar com investidores internacionais “espantados” com o desmatamento na Amazônia.

O titular da Infraestrutura reconheceu o problema e anunciou que fará uma rodada com o setor financeiro na tentativa de reverter a imagem negativa do país. “O esforço está sendo feito nesse sentido. Vamos procurar fazer uma demonstração disso na COP-26 (conferência do clima a ser realizada em Glasgow, em novembro), mostrar que sabemos fazer e que podemos adotar um rumo que vai trazer o Brasil de volta para a vanguarda novamente”, disse ele, segundo registram os principais jornais do Brasil.

Tarcísio afirmou que os banqueiros precisam conhecer o que o Ministério do Meio Ambiente tem feito para promover no país o “desenvolvimento sustentável”, sem o qual não vai haver investidor que ponha dinheiro nos projetos de infraestrutura do país. O ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles deixou a pasta após suspeitas de contrabando de madeira. Ele nega as acusações.

“Temos consciência absoluta de que fluxos financeiros estarão atrelados aos padrões ambientais. Sabemos da importância desse tema para os investidores”, afirmou o ministro da Infraestrutura aos banqueiros.

Além de Tarcísio, o próprio Ministério da Agricultura reconhece que o agronegócio brasileiro precisa se adaptar às emergências climáticas. O mais recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), que trabalha sob os auspícios da ONU, apontou um ritmo de aquecimento acelerado no planeta, que pode trazer, no caso do Brasil, extensão do período de seca na região amazônica, Nordeste e Centro-Oeste. Os danos podem ser irreversíveis.

A temperatura global subirá 2,7 graus em 2100, se se mantiver o atual ritmo de emissões de gases de efeito estufa. Quando a floresta é derrubada e queimada, carbono é liberado para a atmosfera, o que contribui para o aumento da temperatura da Terra devido ao efeito estufa (0,7ºC no último século).

Os efeitos associados ao contínuo aumento das emissões de CO² (9 bilhões de toneladas por ano) e de outros gases para a atmosfera são, especialmente: mudanças no clima, quebra de safras agrícolas e o aumento do nível do mar, o que poderia inundar as cidades litorâneas.

Se, agora, os banqueiros estão preocupados, é porque é preciso encontrar uma luz no fim do túnel com a máxima urgência.