Mesmo com as incertezas econômicas que permeiam o mercado mundial em 2023, a expectativa é de que o setor suinícola brasileiro cresça neste ano. Segundo pesquisadores do Cepea, o fundamento vem dos possíveis aumentos das demandas interna e, sobretudo, externa.
No Brasil, o poder de compra tende a se manter fragilizado, o que, por sua vez, acaba aquecendo a demanda doméstica pela carne suína, que apresenta mais competitividade frente a outras, como a bovina. Além disso, estratégias da indústria em investir em diversificação e posicionamento do produto suinícola no mercado doméstico devem ser mantidas em 2023, fortalecendo a demanda pela proteína.
Do lado da oferta, estimativas realizadas pelo Cepea apontam possível avanço de 3,3% na produção nacional de 2022 para 2023. Contudo, é importante destacar que o custo de produção elevado deve seguir pressionando as margens de lucro do suinocultor brasileiro, especialmente os que atuam no mercado independente.
Quanto à procura externa pela carne brasileira, o USDA estima que as exportações nacionais tenham incremento de 2,7% e a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), de 12%. A aposta do setor está na diversificação dos destinos e na consolidação de parcerias firmadas ao longo do ano passado.
Abertura de mercado
Um dos novos destinos é o Peru. As autoridades sanitárias do país vizinho aprovaram na última semana de 2022 o primeiro estabelecimento brasileiro para a exportação de carne suína ao país andino.
A autorização é o passo final para o início das vendas do produto brasileiro para o Peru, que já havia aberto as suas portas para o setor do Brasil com a definição em 2021 de um Certificado Sanitário Internacional (CSI).
A habilitação para as exportações ao país sul-americano é efetivada após a conclusão do processo de habilitação individual dos estabelecimentos – no caso da unidade produtora habilitada, localizada no Acre (estado limítrofe com o Peru), foi concluído após longa negociação entre os dois países.
Fontes: ABPA e Cepea