HomeCerrado

Brasil terá US$ 247 milhões para restaurar florestas

Brasil terá US$ 247 milhões para restaurar florestasRecursos financiarão iniciativas privadas de restauração florestal. Foto: Serviço Florestal Brasileiro

De vilão a herói: o papel do agro nas mudanças do clima
COP27: Simples e barata, regeneração natural deve estar no topo das prioridades
Polícia de Goiás prende um dos maiores desmatadores da Amazônia

O Brasil contará com um investimento total de US$ 247 milhões para impulsionar a restauração florestal e promover práticas sustentáveis no País, especialmente na Amazônia e no Cerrado. O financiamento faz parte do Plano de Investimento do Programa Natureza, Povos e Clima (NPC), dos Fundos de Investimento Climático (CIF, na sigla em inglês), e foi aprovado na semana passada pelo Comitê do Fundo.

Os recursos serão utilizados para financiar iniciativas do setor privado voltadas à restauração florestal e ao desenvolvimento de cadeias produtivas sustentáveis. Do montante, US$ 47 milhões serão de recursos reembolsáveis virão do CIF, enquanto US$ 100 milhões serão aportados pelo Fundo Clima, via BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), e mais US$ 100 milhões pelo Banco Mundial. Restauração e impacto na Amazônia

A principal área beneficiada será a região da bacia do Tocantins-Araguaia, conhecida como Arco do Desmatamento. O objetivo do plano é transformar essa área degradada em um novo “Arco da Restauração”, recuperando vegetação nativa e fortalecendo a economia local por meio de atividades sustentáveis.

Além dos ganhos ambientais, a iniciativa terá impactos diretos na economia e no setor agropecuário. O plano prevê a recuperação de 54 mil hectares de florestas, a redução de até 7,75 milhões de toneladas de CO₂ e a criação de até 21 mil empregos diretos e indiretos. A restauração dessas áreas também ajudará a regular o clima e a disponibilidade de água, beneficiando a agricultura e a pecuária na região.

Segundo Ivan Oliveira, subsecretário de Financiamento ao Desenvolvimento Sustentável do Ministério da Fazenda, esse é um passo essencial para o país.

“A restauração de ecossistemas degradados é uma das estratégias fundamentais para enfrentarmos a crise climática e fortalecer a resiliência dos territórios e das comunidades”, disse Oliveira.

Primeiro plano focado no setor privado

O NPC Brasil é o primeiro Plano de Investimento do Fundo Climático Estratégico (SCF) do CIF voltado totalmente para o setor privado. O modelo utiliza o conceito de “blended finance”, ou seja, combina recursos públicos e privados para viabilizar projetos de restauração ambiental e fortalecimento de cadeias produtivas sustentáveis. Pela primeira vez, o CIF destinará recursos para a Amazônia, alinhando-se ao Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg).

A iniciativa beneficiará população e produtores rurais ao melhorar a fertilidade do solo, estabilizar o regime de chuvas e ampliar o acesso à irrigação. Além disso, incentivará a adoção de modelos produtivos sustentáveis, como agroflorestas e manejo adequado do solo, criando novas oportunidades de mercado para a agricultura responsável. O Brasil terá 18 meses para estruturar e iniciar a implementação dos projetos.