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Chuva em MT e seca em MS ameaçam safra de soja

Chuva em MT e seca em MS ameaçam safra de sojaChuva dificulta entrada de máquinas em lavouras de MT. Foto: Luiz Magnante/Embrapa

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Por André Garcia

O início de 2025 tem sido marcado por extremos climáticos no Centro-Oeste:  enquanto Mato Grosso enfrenta chuvas intensas que atrasam a colheita da safra de soja, Mato Grosso do Sul sofre com a seca, que coloca em risco a produtividade de mais de 1,3 milhão de hectares da oleaginosa.

Em Mato Grosso, volumes de chuva superiores a 300 mm nos primeiros 15 dias de janeiro dificultam a entrada de máquinas no campo, atrasando a colheita e elevando os custos para os produtores.

Até outubro do ano passado a situação era inversa e a seca  atrasou o plantio.  Contudo, com o ritmo acelerado de semeadura registrado depois disso, muitas áreas ficaram prontas para a colheita em um curto espaço de tempo, o que estreitou a janela para colheita.

Os produtores enfrentam desafios com a alta umidade do solo, dificultando a entrada das máquinas e aumentando os custos de operação. Em muitas áreas a colheita está sendo escalonada, com o maquinário funcionando apenas em períodos intercalados para evitar danos.

De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), a colheita da soja para este ciclo alcançou 0,70% dos 12,66 milhões de hectares estimados para a temporada. Os trabalhos a campo apresentaram um atraso de 5.76 p.p. em comparação com a safra 2023/24 e estão 1,69 p.p. abaixo da média dos últimos cinco anos.

“O início da colheita no estado tem sido marcado por um ritmo lento nos trabalhos nas lavouras, devido ao atraso inicial na semeadura, provocado pelo clima seco até o inicio de outubro. Além disso, períodos prolongados de nebulosidade no estado têm contribuido para o prolongamento do ciclo da soja, influenciando o andamento da colheita”, diz trecho do boletim semanal divulgado pelo Instituto.

Extremo oposto

Já em Mato Grosso do Sul, o estresse hídrico ameaça até 29% da área plantada, comprometendo o desenvolvimento vegetativo e reprodutivo das lavouras de soja, segundo dados do  Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio (Siga MS).

Uma análise das lavouras feita pela Associação dos Produtores de Milho e Soja (Aprosoja-MS) classifica em condições majoritariamente boas as plantações nas regiões norte, nordeste, oeste e sudeste do Estado, variando de 74,7% a 93,5%. As condições regulares nestas regiões variam entre 6,1% e 17,8%, e as condições ruins são de até 7,5%.

Por outro lado, sudoeste, centro, sul-fronteira e sul do estado apresentam condições abaixo do potencial das demais regiões. Nessas áreas, pode-se encontrar lavouras com até 25,6% em condições ruins. As condições regulares variam entre 14,6% e 34,6%, e as em boas condições estão entre 39,8% e 69,3%.

Com base nessa avaliação semanal, cerca de 1,3 milhão de hectares foram afetados pelo estresse hídrico, representando 29% da área plantada prevista, que é de 4,501 milhões de hectares.