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Custo do milho sobe e exige maior produtividade em MT

Custo do milho sobe e exige maior produtividade em MTProdutor precisará de boa estratégia comercialFoto: Wenderson Araújo/ CNA

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Por André Garcia

O produtor de milho em Mato Grosso terá que colher, no mínimo, 107,62 sacas por hectare para cobrir o Custo Operacional Efetivo (COE) da safra 2025/2026. A estimativa, divulgada pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) na segunda-feira, 21,  leva em conta o preço médio ponderado de comercialização até março, de R$ 43,12 por saca. O COE projetado subiu 0,76% em relação à estimativa anterior, atingindo R$ 4.640,95/ha.

O custo total do milho de alta tecnologia também aumentou. O custeio passou para R$ 3.163,85/ha, alta de 1,05% em relação a fevereiro, influenciado principalmente pelo encarecimento dos defensivos (2,75%), sementes (1,08%) e macronutrientes (0,64%). Com isso, o Custo Operacional Total (COT) chegou a R$ 5.228,64/ha, enquanto o Custo Total (CT), que inclui o custo de oportunidade, alcançou R$ 6.515,04/ha, uma alta de 0,79%.

Apesar da elevação nos custos, o preço do milho disponível em Mato Grosso subiu apenas 0,81% na semana analisada, com cotação média de R$ 73,49/sc. Já a paridade de exportação para o contrato de julho/25 foi estimada em R$ 49,12/sc, puxada por alta de 35,78% nos prêmios portuários e valorização na CME-Group. Mesmo com esse cenário, a margem de lucro do produtor segue pressionada.

Estratégia

Além de alta produtividade, o produtor precisará de boa estratégia comercial para equilibrar as contas. A comercialização da safra 25/26 ainda é incipiente, com apenas 1,86% vendida até abril, segundo o Imea. A estimativa de produção para 2024/2025 é de 47,05 milhões de toneladas, com produtividade média prevista de 111,72 sc/ha no estado.

Na avaliação do Imea, o cenário reforça a necessidade de planejamento e atenção aos custos para garantir viabilidade econômica. O dólar em queda — cotado em R$ 5,86 — e a retração das cotações na B3, que caíram 2,35% na semana, também contribuem para o aumento do risco para o produtor, exigindo maior eficiência no campo e no mercado.

 

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