A ligação de parte do agronegócio com práticas ilegais de produção, como origem criminosa de produtos, está na mira de instituições financeiras. Uma análise recente realizada com apoio da gestora de investimentos BlackRock, BNP Paribas e Goldman Sachs calcula que os investidores podem sofrer perdas irrecuperáveis de US$ 150 bilhões caso “não ajam agora”.
De acordo com a agência Capital Reset, o levantamento analisou 40 das maiores companhias envolvidas do setor de alimentos, de fabricantes de insumos a varejistas, passando por frigoríficos e traders.
Juntas, elas valem mais de US$ 2,2 trilhões e empregam 8 milhões de pessoas. Todas faturam mais de US$ 3 bilhões anuais. Os nomes das companhias foram mantidos em sigilo.
Agir já
O levantamento recomenda que instituições financeiras comecem a agir já para retirar de seus portfólios companhias que estejam associadas ao desmatamento e à perda da biodiversidade.
O documento lista cinco “chamados à ação” para investidores e instituições financeiras, além da faxina em seus portfólios.
Eles incluem a compreensão dos riscos ligados à mudança do uso da terra e a importância do respeito aos direitos de comunidades locais e/ou indígenas.
Um ponto em particular deveria chamar a atenção dos brasileiros: a integridade das soluções baseadas na natureza.
O país vive um boom de interesse por créditos de carbono gerados por iniciativas de proteção da vegetação nativa e de reflorestamento.
Do ponto de vista econômico, essas atividades podem ser eficientes para sequestrar CO2 e promover biodiversidade.
Mas os investimentos nesses créditos de carbono, afirma o documento, “devem seguir princípios de boas práticas de integridade como os do Integrity Council for the Voluntary Carbon Markets, que serão anunciados ainda este ano”.
Fonte: Capital Reset