Enquanto os EUA tentam dificultar a entrada de produtos brasileiros, a China consolida-se como o grande parceiro comercial do nosso País e, em especial, do agronegócio brasileiro.
O país asiático comprou de soja, em três dias, o equivalente ao que, em média, levaria cerca de um mês e meio para importar do Brasil. Foram negociados nesta semana aproximadamente 40 navios carregados da oleaginosa, totalizando pelo menos 2,4 milhões de toneladas, na primeira metade desta semana
A grande quantidade de soja negociada pode estar diretamente ligada às tensões comerciais cada vez maiores entre China e Estados Unidos. .
OBrasil já é o maior fornecedor de soja do país asiático, mas a commodity ainda é o principal produto de exportação agrícola dos EUA para a China. A maior parte do produto americano costuma ser adquirido no segundo semestre, já que o começo de ano é mais favorável para o mercado sul-americano.
Diante da elevação de tarifas de importação impostas por ambos os lados, a expectativa do mercado é que os exportadores brasileiros sejam beneficiados com um aumento na demanda por seu produto. Mas a quantidade e a rapidez com que essa demanda se manifestou surpreenderam os analistas, que não previam um movimento tão significativo em tão pouco tempo
A forte compra de soja brasileira pode ser interpretada como uma estratégia da China para garantir o abastecimento interno em um cenário de incertezas nas relações comerciais com os Estados Unidos.
A China é o maior parceiro comercial do Brasil, responsável por 40% das exportações do agronegócio brasileiro. Essa relação se intensificou em 2009, mas a parceria vinha sendo construída desde o início dos anos 2000, quando o Brasil passou a comprar cada vez mais produtos chineses, aproveitando os preços competitivos e a grande variedade de produtos disponíveis. Em 2009, a China superou os Estados Unidos como destino das exportações brasileiras e, em 2012, os asiáticos superaram os norte-americanos como origem das importações brasileiras.