Com base nos resultados do primeiro trimestre, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) estima que o PIB do agronegócio brasileiro tenha uma ligeira alta de 0,19% neste ano, chegando a R$ 2,65 trilhões. Mas, em tempos de El Niño, a ameaça de prejuízos provocados pela seca mantém o setor em alerta.
Adoção de tecnologias, monitoramento online da safra e manejo de solo são algumas das estratégias já utilizadas por cooperativas para manter os resultados positivos. É o que mostra publicação da Valor Econômico de terça-feira, 29/8, que traz como exemplo da pressão sobre o agro casos como o da Coamo Agroindustrial Cooperativa.
O grupo espera receber em torno de 165 milhões de sacas de soja, milho e trigo na safra 2022/23, quase 30% acima do recebido no ciclo anterior. Sua participação no volume total de contratações de seguro-rural contratado no país em 2022, de 10%, reflete a apreensão sobre o clima.
A C.Vale, cooperativa, com atuação nos Estados do Sul, no Mato Grosso do Sul e no Paraguai, também tem expectativa de uma safra melhor para 2024. Na safra anterior, a estiagem provocou quebra na colheita nas áreas de atuação da cooperativa, que deixou de receber 20 milhões de sacas de soja.
“Depois de três anos seguidos com problemas climáticos, a temporada 2023/24 pode significar o retorno a desempenhos mais próximos da normalidade”, afirma o presidente do grupo, Alfredo Lang.
Mesmo com a quebra, a C.Vale aumentou sua receita líquida em 19,3% em 2022, para R$ 22,4 bilhões, e o resultado líquido em 39%, para cerca de R$ 542,2 milhões. Para este ano, o principal desafio está nos preços mais baixos para milho e soja, segundo Lang, o que obrigará o setor a se adequar.
“A combinação de aumento da oferta desses grãos com uma taxa de câmbio menos favorável às exportações está puxando as cotações para baixo. Essa nova realidade reforça a necessidade de buscarmos ganho de escala na produção, melhorando o rendimento médio através do manejo de solo”, diz.
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