Por André Garcia
Além da captação de R$ 10,4 bilhões em recursos para 2024, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pretende liberar um total de R$ 1 bilhão ainda neste ano via Fundo Clima. Os valores serão distribuídos entre seis áreas da economia verde e podem alavancar o desenvolvimento sustentável do agronegócio.
Para isso, os empresários devem estar atentos e se adiantar na estruturação das propostas. Em entrevista coletiva na quinta-feira, 24/8, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, disse que, em sete meses, a demanda por crédito cresceu 137% enquanto o desembolso teve aumento de 31%.
“A fila está grande. Queria falar inclusive para os empresários interessados, empresas entidades da sociedade civil que aceleram, porque bebe água limpa quem chega primeiro. Essa é uma linha de grande interesse porque tem muitos projetos em andamento”, afirmou.
Até o momento, segundo ele, já foram emprestados cerca de R$ 358 milhões e, até o fim do ano, aproximadamente R$ 640 milhões também devem ser liberados. Além disso, o Conselho Monetário Nacional reduziu o spread dos agentes financeiros nas operações diretas com o Banco.
Linhas de financiamento
As linhas de financiamento serão destinadas às seguintes modalidades: desenvolvimento urbano resiliente e sustentável; indústria verde; logística e transporte coletivo e mobilidade verde; transição energética; florestas nativas e serviços hídricos e serviços e inovações verdes.
De acordo com Mercadante, os valores serão disponibilizados por meio da venda de títulos soberanos sustentáveis do Tesouro. Ele destacou ainda a possibilidade de obtenção de crédito por duas fontes de financiamento.
“Dependendo do investimento, você vai entrar com o [financiamento] Fundo Clima. Mas uma parte de investimento, máquinas, equipamentos e instalações, você financia com outra modalidade. Isso vai alavancar muito mais que R$ 10 milhões.”
A titular do MMA, Marina Silva, destacou que esta é a primeira vez em que ações do tipo são capitaneadas pelo Ministério da Fazenda.
“A Fazenda vai absorver o risco cambial. Ela vai oferecer uma linha com uma taxa de juros muito baixa. Então o interesse por essa linha vai ser gigantesco e vai sair muito rapidamente. E uma coisa interessante, é que esta é a primeira vez que a gente tem um esforço dessa natureza.”
O aporte
O aporte será para a linha de financiamento reembolsável do Fundo Clima, gerida pelo BNDES. Parte do valor será captado em emissão de títulos sustentáveis, que está sendo desenvolvido pelo Ministério da Fazenda. Atualmente, o Fundo tem carteira de mais de R$ 2 bilhões em crédito já contratado.
Presente na 34ª Reunião do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Marina Silva, disse que os recursos vão auxiliar o Brasil a atender as metas no âmbito do acordo de Paris.
“O objetivo é enfrentar o problema da mudança do clima e ao mesmo tempo enfrentar as desigualdades. Para que a gente possa sair da lógica de apenas mitigar e adaptar mas também transformar as bases econômicas sociais e culturais do modelo de desenvolvimento vigente”, disse.
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