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Governo dos EUA investirá US$ 50 bi para adaptação do agro ao clima

Governo dos EUA investirá US$ 50 bi para adaptação do agro ao climaPaís lida com prejuízos de 2023. Foto: Agência Gov

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Na tentativa de ampliar a resiliência agrícola e reverter a perda de produtividade e competitividade, o governo dos Estados Unidos investirá US$ 50 bilhões na atualização do seu Plano de Adaptação Climática até 2027. No ano passado, desastres ambientais causaram US$ 28 bilhões em prejuízos diretos ao País, valor que sobe para US$ 90 bilhões considerando os impactos em setores não atingidos diretamente pelo clima.

O Plano foi lançado em 2021 pelo presidente Joe Biden, que se comprometeu a liberar US$ 11,4 bilhões até 2024 – ou quase US$ 3 bilhões por ano – para mitigar e adaptar. Os novos recursos ampliam os investimentos até 2027.

De acordo com publicação da AgFeed, a aposta do Departamento de Agricultura (USDA), que vai liderar o projeto, é auxiliar produtores – em especial os de menor porte – a melhorar a gestão dos recursos naturais e da terra, garantindo a segurança da produção de alimentos – e em consequência a segurança alimentar – por meio de investimentos em projetos de ciência e inovação.

Uma das principais ações será implementada pelo Serviço Florestal do USDA, que vem desenvolvendo alertas para ampliar o monitoramento de incêndios florestais provocados pelo clima quente. Estão sendo implementadas Estratégia de Crise de Incêndios Florestais (WCS) para reduzir a incidência desses incêndios, mas também foram criados planos de ação e apoio para recuperação de áreas pós-incêndios, com projetos de reflorestamento e retomada de pastagens.

Competitividade afetada

O Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) mostrou que nos EUA a produção de milho, por exemplo, recuou quase 10% entre 2021 e 2022 devido às alterações do clima. Segundo a pesquisa, o rendimento médio dos produtores americanos está 5% menor, percentual que pode chegar a 10% até 2030, fazendo o País perder espaço nas exportações globais de milho para nações como o Brasil.

Essa redução tem um impacto direto em outro segmento de extremo interesse dos Estados Unidos, que é a produção de etanol – e de outros combustíveis sustentáveis considerados estratégicos para a transição energética do país.

Cenário semelhante foi traçado para o cultivo outros cereais, entre eles trigo, além da pecuária – que já estão sendo impactados com o aumento médio de 2ºC a 3ºC na temperatura de Estados como Kansas, Missouri e Iowa, no Meio Oeste americano. Na indústria de laticínios, o prejuízo estimado é de US$ 2 bilhões ao ano. Se somada estas perdas com o de carnes, o valor pode chegar a US$ 40 bilhões por ano.

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