O viés negativo do exterior e o clima cauteloso no Brasil após os manifestos de 7 de Setembro empurram o Ibovespa para baixo, com o índice renovando mínimas instantes após a abertura e chegando a testar os 115 mil pontos nesta manhã de quarta-feira, 8/9.
Apesar do tom pacífico entre os manifestantes, os protestos contaram com novos ataques – e mais duros – do presidente Jair Bolsonaro ao STF, reacendendo o debate sobre pedidos de impeachment do mandatário. Ainda que muitos entendam que seja difícil ocorrer uma ruptura ou mesmo um saída do chefe do Executivo, o clima hostil entre os Poderes tende a atrapalhar a já complicada situação econômica do País.
O temor de especialistas é que essa hostilidade inibe ou até mesmo jogue por terra o avanço da pauta reformista em um momento já complicado para a economia doméstica. Por isso, destaca o economista-chefe do ModalMais, Álvaro Bandeira, em nota, será preciso avaliar o clima das respostas políticas após os manifestos de ontem. “Certamente tudo isso piora o clima para as reformas que são necessárias”, diz, lembrando da crise hídrica, da inflação elevada e do PIB, cujas projeções estão sendo diminuídas.
Petróleo
Já a recuperação do petróleo no exterior pode atenuar eventual queda do Ibovespa hoje. Além disso, a valorização do minério de ferro na véspera (alta de 4,22%), quando a B3 ficou fechada, tende a servir de alento, depois do salto das exportações chinesas. Porém, hoje a commodity voltou a cair (-4,19%, a US$ 132,19 a tonelada, em Qingdao).
Ontem, as bolsas norte-americanas fecharam com sinais mistos, após o feriado de segunda-feira em comemoração ao Dia do Trabalho nos EUA e com investidores avaliando os impactos da pandemia de covid-19. Naquele dia (6), o Ibovespa subiu 0,80%, aos 117.868,63 pontos.
Hoje, o tom é levemente negativo no exterior, o que pode inibir possíveis perdas na Bolsa brasileira ao longo do dia. Os investidores esperam dados de emprego dos EUA e fala de membro do Fed, além do livro Bege.
Às 10h35, o Ibovespa cedia 1,60%, aos 115.987,43 pontos, na mínima, intradia, ante máxima aos 117.866,14 pontos, com o dólar subindo 0,92%, a R$ 5,2248.
Fonte: Estadão Conteúdo