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ILPF: solo rico leva fazenda ao Mercado de Carbono

ILPF: solo rico leva fazenda ao Mercado de CarbonoFazenda Santa Brígida - Foto: Reprodução/Rede ILPF

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Por André Garcia

Além de multiplicar a produção de carne em 1.156% e a de soja em 63%, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) também garantiu o passaporte da Fazenda Santa Brígida, em Ipameri (GO), para o mercado internacional de carbono ao dobrar a quantidade de matéria orgânica presente no solo.

Na prática, esta matéria orgânica melhorou a estrutura da terra, aumentou a retenção de água e nutrientes e favoreceu a presença de microrganismos benéficos, fazendo com que a propriedade armazene mais carbono no solo e reduza as emissões para a atmosfera, tornando-se assim elegível para este mercado.

“A integração de árvores ao sistema contribuiu para o sequestro e a fixação de carbono, e também adotamos técnicas como o plantio direto e a rotação de culturas para aumentar essa captura. Isso não só beneficia o meio ambiente, mas também gera receitas adicionais para a fazenda”, explicou ao Gigante 163 a proprietária, Marize Porto Costa.

Entre os ganhos econômicos, está a produção de madeira. Outra vantagem é que o sombreamento melhora o bem-estar e reduz a mortalidade em períodos de calor extremo. Com isso, ela já busca obter certificações sustentáveis para agregar ainda mais valor aos produtos.

O sistema também permitiu gerar mais empregos e capacitar os funcionários, uma vez que que a complexidade e a diversificação das atividades demandam mais especialização. Marize conta que o investimento em programas de treinamento resultou em uma equipe capacitada para operar tecnologias avançadas e práticas sustentáveis.

“O perfil da mão de obra tornou-se mais técnico, com habilidades em manejo integrado, agricultura de precisão e gestão ambiental”, acrescentou.

Arma contra mudanças climáticas

A ILPF também é uma importante estratégia para aumentar a resiliência do agro às mudanças climáticas. Na Santa Brígida, a diversificação de culturas e a presença do componente florestal ajudam a regular o microclima e proteger as culturas contra condições adversas.

Isso porque o aumento da matéria orgânica e a cobertura vegetal garante a infiltração e armazenamento de água, reduzindo os efeitos da seca. Além disso, as raízes das árvores e a cobertura vegetal evitam a compactação e a perda de nutrientes, mantendo a terra fértil e produtiva.

“Observamos que, durante períodos de seca ou chuvas irregulares, nossas lavouras e pastagens mantêm desempenho superior em comparação a sistemas convencionais”, concluiu Marize.

 

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