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Importação recorde de adubo pelo Brasil garante oferta, apesar da crise

Importação recorde de adubo pelo Brasil garante oferta, apesar da crise

Conab estima colheita de 260,8 milhões de toneladas na safra 2020/2021
Seguda safra de milho leva agronegócio a mais um recorde
Produção de grãos é estimada em 269,3 milhões de t na safra 2021/22, diz Conab

O mercado internacional de fertilizantes tem gerado preocupação em relação ao abastecimento nacional desses insumos. No entanto, o volume de importações no Brasil continuou recorde no mês de outubro e já está consolidado como o maior da série, conforme destaca o Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), publicação mensal com dados sobre o mercado de frete de grãos, bem como informações relevantes sobre a logística do agronegócio brasileiro.

A preocupação do mercado em relação ao abastecimento de fertilizantes vem do fato de a China e a Rússia terem anunciado restrições às exportações, sendo este último o principal país fornecedor para o Brasil. Mesmo assim, o volume de importação de fertilizantes no País bateu em outubro a marca histórica de 33,8 milhões de toneladas, caracterizando um maior investimento na safra atual, bem como indicação de um aumento de área plantada das principais commodities nacionais, como soja e milho.

Segundo o Boletim, o atual cenário mundial pode criar mais preocupação para o abastecimento para os próximos meses e, talvez, para o próximo ano. No entanto, o governo brasileiro já iniciou tratativas com o governo e empresas russas no intuito de garantir a regularidade no fornecimento de fertilizantes.

Seguindo o ritmo atual, nos próximos meses o País pode chegar a importar mais de 35 milhões de toneladas destes insumos, principalmente pelo fato de os produtores estarem capitalizados e incentivados ao investimento no plantio, apesar da elevação significativa dos custos dos adubos.

O Boletim Logístico traz como exemplo o Estado de Mato Grosso. O principal produtor de milho, soja e algodão do país importou, de janeiro a outubro, 6,6 milhões de toneladas, um incremento de 35,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Os fretes, na maioria das rotas pesquisadas, seguem em baixa, tendo em vista o período de entressafra das principais praças produtoras, o que diminui o interesse pela movimentação de cargas de grãos. A expectativa é de que haja elevação dos preços quando se iniciar a colheita de soja, a qual se espera um volume recorde de produção, bem como em função dos impactos dos aumentos nos combustíveis.

O sócio-diretor da Agroconsult, André Pessôa, acredita que o problema com a falta de fertilizantes será para a safra de verão 2022/23.

“Tenho até dito para os produtores que o problema já deixou de ser preço, hoje é garantia da disponibilidade. Os custos já aumentaram e vão continuar elevados e isso vai reduzir a velocidade de expansão da agricultura brasileira na safra 2022/23”, ressaltou o consultor durante evento da associação de exportadores de cereais Anec, na quinta-feira, reportado pela Nova Cana.

Movimentação de estoques

Em relação à movimentação de estoques da Conab, a publicação informa, dentre outros temas, que houve continuação das contratações de transporte para movimentação de cestas de alimentos amparadas pelo TED nº 08/2020, que objetiva distribuir cestas de alimentos a públicos em situação de insegurança alimentar devido à Covid-19.

Confira na edição de novembro do Boletim Logístico mais detalhes sobre a questão dos fertilizantes, além de uma análise aprofundada dos mercados de frete em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal e Paraná.

Fonte: Conab e  Nova Cana