Após anunciar a suspensão dos financiamentos com juros equalizados (mais baixos) do Plano Safra, o governo liberou um crédito extraordinário de R$ 4 bilhões para garantir a continuidade das linhas de crédito rural. A medida foi anunciada pelo ministro da Fazenda Fernando Haddad, na última sexta-feira, 21/2.
O Plano Safra é o principal programa de crédito rural do País, oferecendo condições especiais para pequenos, médios e grandes produtores investirem na compra de insumos, maquinário e infraestrutura. Parte das linhas havia sido suspensa, na última semana, porque o governo e o Congresso Nacional ainda não chegaram a um acordo para aprovar o Orçamento de 2025.
Em entrevista coletiva, o ministro Haddad explicou que os bancos deverão retomar a liberação dos financiamentos ainda nesta semana. Ele também afirmou que “não podemos aguardar o Orçamento ser aprovado. O ministro do Tribunal de Contas da União deixou claro que, efetivamente, sem essa solução que foi encontrada, não haveria possibilidade de execução do Plano Safra”.
O orçamento previsto pelo governo para a equalização em 2025 é de R$ 14 bilhões. Com o crédito extraordinário de R$ 4,1 bilhões a ser liberado, o volume total chegará a R$ 18 bilhões.
Dentro do seu papel de defender os agricutores, a CNA divulgou uma estimativa de, ao menos, R$ 22 bilhões para pagar a subvenção de dois Planos Safras, a metade final do 2024/25, e a primeira do 2025/26, além dos estoques de financiamentos anteriores. A valor se baseia se baseia na projeção do mercado de ter a Selic em 15% ao ano no final do ano.
Embora o crédito extraordinário mantenha o Plano Safra funcionando, o governo aguarda a aprovação do Orçamento de 2025 no Congresso para garantir a continuidade dos programas de financiamento rural a longo prazo. O indicativo no Congresso é que o orçamento seja apreciado somente após o Carnaval.