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Líder em logística suspende operação no Brasil

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A empresa global de transporte marítimo internacional Mediterranean Shipping Company (MSC) decidiu suspender atividades de estufagem e transporte terrestre de contêineres em solo brasileiro. Em comunicado enviado aos clientes, em 14 de janeiro, a MSC anunciou que a paralisação seria de efeito imediato e por tempo indeterminado em países da América do Sul. O motivo, segundo matéria do Globo Rural, está no grande número de contêineres que são interceptados e utilizados por criminosos para o comércio internacional ilícito de drogas.

A notícia traz ainda mais incerteza ao setor de contêineres do Brasil que tem se mostrado instável, nos últimos anos. Por conta da crise sanitária da covid-19 e o reaquecimento do mercado, o comércio marítimo tem apresentado fretes altos, falta de contêineres, morosidade e lotação de portos.

“A ação de criminosos que interceptam o transporte de contêineres para promover o comércio ilícito de drogas, vitimando, entre tantos, a nós, nossos clientes, e aos nossos parceiros, tem se mostrado uma grande ameaça às nossas atividades”, diz a empresa em comunicado aos clientes.

A escolha da MSC por paralisar as atividades no Brasil veio, conforme relembra o Jornal da Band, após a descoberta de 200 quilos de cocaína no Porto de Aden, no Iêmen, ao final do ano passado. Vale também lembrar que, em 2019, uma embarcação da empresa a caminho da Holanda ficou retida nos Estados Unidos depois de encontrarem 20 toneladas da droga escondidas no navio. A MSC foi multada em um valor de US$ 50 milhões.

“Nós entendemos a posição da empresa como uma preocupação e pressão para que deixe de acontecer a utilização dos contêineres para o embarque de drogas, mas gostaríamos e preferiríamos que isso tivesse sido feito de uma forma diferente, porque ela realmente complica a exportação e vai fazer com que empresas brasileiras tenham menos opções de embarques de suas mercadorias”, disse Arno Gleisner, diretor da empresa de farinha integral Cisbra, ao Globo Rural.

Segundo Gleisner, o agronegócio deve ser o mais afetado, por causa da variedade de produtos exportados por contêineres. No entanto, para Evandro Ardigó, diretor de operações da ES Logistics, especializada em gestão de frete internacional aéreo e marítimo, os exportadores brasileiros não têm grandes motivos para se preocuparem, uma vez que há outros prestadores de serviço disponíveis no setor.

“O Core Business da MSC é o transporte marítimo e isso ela continua fazendo”, explica Ardigó. “O que ela não quer é fazer [o serviço] antes do transporte, porque ela entende que tem algum risco, pelos problemas que aconteceram. Então outros prestadores vão fazer [a estufagem e o transporte terrestre] e ela continuará transportando”, disse ele ao Gigante 163, nesta quarta-feira, 23/02.

A MSC Mediterranean Shipping Company é uma empresa global dedicada aos setores de transporte marítimo e logística. Presente em 155 países, a MSC agiliza o comércio internacional entre as principais economias do mundo e entre mercados emergentes em todos os continentes.

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