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Mercado de bioinsumos no mundo pode chegar a US$ 45 bi em 8 anos

Mercado de bioinsumos no mundo pode chegar a US$ 45 bi em 8 anosBrasil possui um grande potencial de crescimento Foto: Embrapa

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De acordo com pesquisa inédita da CropLife, que foi apresentada nesta quarta-feira, 6/11, o mercado global de bioinsumos tem um futuro promissor: o setor pode triplicar de tamanho nos próximos oito anos, atingindo US$ 45 bilhões em 2032. Essa projeção representa um crescimento anual de 13% a 14%. Soja, milho e cana-de-açúcar devem liderar essa expansão. As informações são do Globo Rural.

Segundo a pesquisa, o mercado mundial de bioinsumos, que inclui produtos como controle biológico, inoculantes e bioestimulantes, deve crescer exponencialmente nos próximos anos. Em 2023, o setor movimentou entre US$ 13 bilhões e US$ 15 bilhões. A projeção para 2032 é de US$ 45 bilhões.

O mapeamento teve base num estudo do Observatório de Bioeconomia da FGV, que revela os desafios do mercado de bioinsumos, com foco em questões ambientais, jurídicas e econômicas. O objetivo é fomentar o diálogo entre os agentes do setor e fortalecer iniciativas públicas e privadas para o desenvolvimento desse mercado.

Brasil

O relatório destaca que, embora o Brasil possua um grande potencial para o uso de bioinsumos, o país ainda está atrás de nações como Estados Unidos, China e Coreia do Sul em termos de patentes e inovações biotecnológicas. Para mudar esse cenário, o estudo aponta a necessidade de um maior apoio por meio de políticas públicas e parcerias.

“A legislação brasileira sobre acesso ao patrimônio genético e a repartição de benefícios, alinhada às discussões internacionais, como as da Convenção sobre Diversidade Biológica e Protocolo de Nagoia, também exige atenção para acompanhar os avanços tecnológicos e os desafios de implementação. O Brasil deve garantir que seu arcabouço regulatório esteja preparado para as inovações contínuas no campo dos bioinsumos, assegurando competitividade no mercado global”, diz o documento.

Segundo a FGV e a CropLife, a legislação atual, desenhada para produtos químicos, não contempla as especificidades dos bioinsumos, necessitando de ajustes. “Reconhecendo essa necessidade, o Brasil está avançando na construção de um marco regulatório específico, visando garantir a segurança e a competitividade do setor”, explicou o relatório.

A divulgação desta pesquisa coincide com um momento de intenso debate sobre a nova Lei dos Agrotóxicos, que prevê a criminalização da produção de bioinsumos nas propriedades rurais em nome da segurança alimentar. Essa medida, criticada por entidades como Aprosoja, Abbins e FPA, tem sido alvo de debates no Senado, impulsionada pela bancada ruralista.