Por André Garcia
Depois de uma das safras mais caras da história, o produtor mato-grossense recebe uma boa notícia: o Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF) de março atingiu o menor nível dos últimos 21 meses e fechou em 0,97. O momento é favorável já que, quanto menor o IPCF, melhor é a relação de troca.
Divulgado nesta quinta-feira 13/4, o indicador é publicado mensalmente pela Mosaic Fertilizantes e consiste na relação entre indicadores de preços de fertilizantes e de commodities agrícolas.
Como adiantado em janeiro pelo Gigante 163, a temporada 2023/24 sairia mais barata, com queda estimada no preço de fertilizantes de 19,4%, de acordo com o Projeto Soja Brasil. Soma-se a isso, a redução de cerca de 15 % no valor das sementes na projeção entre janeiro deste ano e janeiro do ano que vem.
Assim, seguindo a tendência dos meses anteriores, o fertilizante foi o fator que mais impactou na composição dos indicadores, com queda média de 6% em comparação a fevereiro, liderada pelo cloreto de potássio e seguida pela ureia, fosfato monoamônico e superfosfato simples.
Segundo o levantamento, em março, o mercado ficou na expectativa da entrada da Índia para a compra internacional de cloreto de potássio – o que aconteceu, de fato, no início de abril.
Commodities
Em menor proporção, as commodities também registraram queda média de -3% em relação a fevereiro, uma reação à safra recorde brasileira. Isso ocorre porque a ampla oferta dos produtos no mercado fez com que os preços caíssem. Neste contexto, a redução foi liderada pela soja, milho, algodão e cana-de-açúcar.
Assim, conforme o estudo, a atenção está voltada para a safra brasileiras de grãos, que deve ter novamente colheita recorde, se aproximando de 80%. Além disso, o mercado segue atento aos anúncios do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) sobre a próxima safra americana, que pode ser menor que a anterior.
Reação em cadeia
Além de ter impacto no preço final do alimento ao consumidor brasileiro, a redução no preço dos fertilizantes podem ser peça-chave na intensificação da produção sustentável. Recentemente, ao analisar o impacto do aumento registrado nos últimos meses, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, falou sobre o assunto.
“Se nós queremos, através da sustentabilidade – que é a nossa palavra de ordem – intensificar a produção brasileira com a conversão de pastagens, sem desmatamento, isso só vai acontecer se tivermos fertilizantes disponíveis”, pontuou.
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