As condições climáticas podem fazer com que a Argentina caia no ranking da produção, especialmente da soja. Há a expectativa, de acordo com projeção do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), de que o Estado brasileiro supere o país vizinho. O Mato Grosso deve colher nesta safra quase 43 milhões de toneladas de soja, de acordo com o instituto. Já na Argentina, as projeções são de 34,5 milhões de toneladas.
Em entrevista ao G1, Cleiton Gauer, superintendente do Imea, explicou que safra está sendo ruim em 2023 para o país sul-americano porque a produção ficou abaixo da série histórica. A falta de chuva causou impacto negativo para a produção de grãos argentinos. A Bolsa de Rosário, que faz projeções do agronegócio naquele país, anunciou que metade da safra de soja na principal região produtora do país, a pampa úmida, foi perdida por causa da seca e a estimativa de colheita tem caído nas últimas semanas.
Milho também deve superar
Principal cultura de segunda safra semeada em Mato Grosso, o milho também deve superar o da Argentina em produção. Enquanto o Estado estima colher 43,4 milhões de toneladas, no país vizinho, a projeção é de 42,5 milhões de toneladas.
A Argentina é conhecida como um dos maiores exportadores de grãos, mas alguns produtores podem perder toda a safra em neste ano. As vendas para o exterior podem cair até 21%, no melhor dos cenários, e 33%, no pior deles. O resultado final vai depender das condições climáticas, segundo informou o especialista ao portal.
Mesmo com o ritmo da colheita da soja abaixo da média dos últimos anos, o Imea revisou para cima a projeção de produtividade da soja na safra 2022/23 para Mato Grosso. O rendimento deve ser recorde, com média de 60,43 sacas por hectare, alta de 3,38% em relação ao último relatório. No médio-norte, o rendimento é ainda melhor: 61,03 sacas por hectare.
O desempenho de Mato Grosso impacta diretamente nos resultados do Brasil nas exportações. Entre janeiro e novembro de 2022, o Estado foi a principal origem dos produtos exportados, contribuindo com 35% das vendas externas, seguido por São Paulo e Paraná.