HomeEconomia

Produtor de pluma brasileira tem motivos para comemorar o Dia Mundial do Algodão

Produtor de pluma brasileira tem motivos para comemorar o Dia Mundial do Algodão

Algodão brasileiro está de olho no mercado do Irã
Beneficiamento de algodão da safra 20/21 atinge 81% da produção, afirma Abrapa
No Dia Mundial do Algodão, setor celebra posição de destaque da pluma brasileira

Com projeção de alta em área de plantio do algodão em Mato Grosso na casa dos 13%, e com preços atingindo níveis recordes com demanda aquecida pela fibra, é preciso dar início às comemorações nesta quarta-feira, 6/10, ao Dia Mundial do Algodão, celebrado no dia 7.

Como é sabido, o Brasil já é o segundo maior exportador mundial de algodão e o maior fornecedor de fibra responsável (better cotton) do planeta. E o Mato Grosso, o maior produtor do produto no país. Mas a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) planeja tornar o Brasil o maior exportador mundial de algodão até 2030.

Mas nem tudo são flores nesta data. Um dos principais concorrentes do algodão é a fibra sintética, que tem conquistado espaço no mercado. Há 10 anos, o algodão representava 57% do total de fibras utilizadas pela indústria têxtil nacional. Hoje, representa 46%.

“O avanço no consumo de sintéticos poderia ter sido ainda maior, não fosse uma iniciativa inédita no país de união de toda a cadeia setorial, sob liderança da Abrapa: o Movimento Sou de Algodão. Lançado há quase cinco anos, o Sou de Algodão chega em agosto de 2021 com nada menos do que 650 marcas parceiras”, afirmou o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, Júlio Cézar Busato, à “Revista Globo Rural”.

Busato explica que o movimento é inspirado na bem-sucedida experiência americana Cotton Incorporated, que conseguiu ampliar o consumo médio de algodão nos Estados Unidos de 35%, na década de 70, para mais de 60% hoje em dia. Com pesados investimentos em comunicação e promoção, diz, o projeto realizou ações impactantes e engajadoras, transformando o algodão na fibra preferida dos americanos.

Outro gargalo que o setor enfrenta atualmente é a escassez de contêineres. O obstáculo logístico global vem se refletindo no atraso dos embarques da pluma e a previsão é de agravamento da situação.

“A situação está complicada e não vemos solução no curto ou médio prazo. A consequência, para o nosso negócio, é o ritmo mais lento de exportação que vamos observar nos próximos meses”, avaliou o economista e consultor de logística Luiz Antonio Pagot, da Associação Mato Grossense dos Produtores de Algodão (AMPA), em live no dia 23 de setembro.

Pagot lembrou que o quadro atual é resultado de questões conjunturais, como problemas no Canal de Suez e nos portos asiáticos e a priorização de embarques para o Hemisfério Norte.

“Nos últimos 120 dias, os armadores começaram a fazer um enxugamento de contêineres na América do Sul e direcionando para a China, tendo em vista o extraordinário preço que alcançou o frete”, relatou.

Em meados de setembro, o frete do contêiner da China para os Estados Unidos, que custa normalmente US$ 2 mil, chegou a U$ 26 mil, influenciado pelas grandes compras americanas para o Natal. “Vamos intensificar as ações e trabalhar com o governo para estabelecermos um plano de contingência. Sabemos que há uma crise mundial, mas temos a consciência de que estão privilegiando outros mercados”, ressaltou Pagot.

Tecnologia

Um dos motivos de orgulho do setor é o uso de avançadas tecnologias. O algodão brasileiro conta com 20 anos de constante pesquisa e investimento na mais alta tecnologia. Veja abaixo as principais inovações:

  • Utilização de maquinário de alta tecnologia para semeadura, aplicações, monitoramento e colheita, resultando em algodão livre de contaminação;
  • Utilização de sementes certificadas por protocolos tecnológicos internacionais e nacionais
  • Melhoramento genético constante;
  • Utilização de sistema de plantio direto, reduzindo a necessidade de máquinas e conservando a fertilidade e saúde do solo;
  • Manejo integrado de pragas e doenças com sinergia entre as categorias de controle cultural, comportamental, genético, biológico e químico inteligente;
  • Instalação de biofábricas nas próprias fazendas produtoras, denominadas On Farm;
  • Tecnologia de aplicação de fertilizantes e defensivos em taxa variável através de soluções em agricultura de precisão;
  • Pulverização aérea utilizando ferramentas gerenciais que permitem proteção aos ecossistemas, colmeias de abelhas, outras culturas agrícolas vizinhas, cidades, rios e lagos;
  • Maquinário de descaroçamento precisamente regulado para manutenção das características intrínsecas de qualidade da fibra;
  • Práticas de sustentabilidade por aplicativos e ferramentas gerenciais visando melhor tomadas de decisão.

Fonte: Própria, Abrapa e Cotton Brazil