Mesmo diante de mudanças no cenário geopolítico, como o acirramento do conflito entre Rússia e Ucrânia ou a troca de governo no Brasil, a estabilidade no agronegócio deverá ser mantida em 2023. Ao contrário de 2022, quando o PIB do setor apresentou redução de 2%, a perspectiva para este ano é de crescimento de 8%, segundo o Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Ibre).
Analisadas junto a estes números, as mudanças políticas e o avanço tecnológico apontam para boas oportunidades de negócio em toda a cadeia. Mas, para isso, o empresariado deve estar atento às tendências e projeções. É o que explica o sócio e chefe de operações da Macfor, Diogo Luchiari Fructuoso, em artigo publicado na Exame.
“O Brasil é uma potência agroalimentar mundial e o protagonismo do agro no PIB não é obra de um governo específico, portanto, sua potencialidade tende se manter forte em qualquer gestão. Se por um lado o setor pode esperar por mais incentivos para se manter aquecido, as empresas do segmento precisam se preparar para que a jornada de compra do produtor rural apresente mais oportunidades de negócio”, diz.
Neste contexto, Fructuoso aponta quatro importantes perspectivas para se considerar:
- Os subsídios federais para o agronegócio são historicamente baixos no Brasil
Estudos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostram que o subsídio federal destinado ao agronegócio brasileiro tem sido baixo há vários governos.
Ao longo dos últimos dez anos, por exemplo, o gasto com o setor agropecuário foi de apenas 0,7% das despesas totais da União. Logo, a receita e o crescimento gerados no agro são obras de sua própria atividade e da sua relação com o exterior.
- As políticas públicas podem ser promissoras
Somado ao crescimento que já vem sendo bem administrado pela atual gestão federal, há a perspectiva de um futuro governo que no seu primeiro mandato, em 2003, estimulou o cooperativismo e o seguro rural. Portanto, além de continuar atendendo as demandas do mercado externo, o setor deve seguir forte entre os pequenos produtores e a agricultura familiar.
- A demanda do mercado interno tem força para compensar eventuais perdas
Mesmo que a instabilidade geopolítica e econômica global aponte para a continuação de conflitos na Europa e a alta da inflação em vários países, o consumo das famílias brasileiras deve ser mantido pelas medidas de estímulo à renda.
- Agronegócio mais digital
Se por um lado o setor pode esperar por mais incentivos e investimentos para se manter aquecido, as empresas do segmento precisam se preparar para que a jornada de compra do produtor rural apresente mais oportunidades de negócio. Isso torna imprescindível o domínio de estratégias de comunicação para cada fatia deste mercado nas plataformas online.
Para alavancar os resultados dos negócios dessa cadeia, a estratégia de comunicação deve ser criada conforme a realidade do setor, ou seja, elaborada a partir da expertise de quem realmente é especialista em agronegócio, não apenas em marketing ou comunicação.
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