A crescente valorização do reflorestamento como negócio vem destacando a importância de uma economia de floresta em pé. Empresas e investidores têm reconhecido o potencial de receitas provenientes da conservação e do reflorestamento, impulsionados pela demanda por créditos de carbono e pela necessidade de limitar o aquecimento global.
No Brasil, de acordo com reportagem do Estadão, grandes grupos empresariais, investidores e startups estão ingressando nesse setor promissor . O Grupo Votorantim, por exemplo, criou a Reservas Votorantim e está estruturando um projeto-piloto de reflorestamento para geração de créditos de carbono. Isso depois do investimento de sucesso das reservas Legado das Águas, no Vale do Ribeira, em São Paulo, e a Legado Verdes do Cerrado, em Niquelândia (GO), mantidas pelo grupo.
Outra iniciativa é da re.green , que buscar restaurar 1 milhão de hectares da Mata Atlântica e da Amazônia, com um investimentos dede R$ 389 milhões, vindos do BW, escritório de investimentos da família Moreira Salles, da Gávea Investimentos, do ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga, e das gestoras de recursos Lanx Capital e Dynamo. Neste ano, Guilherme Leal, da Natura, se juntou a eles, segundo a reportagem.
Outro projeto é da Biomas, que tem o objetivo de reflorestar 2 milhões de hectares com um investimento de R$ 20 milhões de cada grupo associado, que envolve empresas como Vale, Suzano, Marfrig, Rabobank, Itaú Unibanco e Santander.
E ainda a Mombak, criada por um ex-diretor financeiro do Nubank, Gabriel Haddad Silva, e um ex-CEO da 99, Peter Fernandez, que estruturaram um fundo que busca levantar R$ 520 milhões para reflorestamento.
Além disso, instituições financeiras como o BTG Pactual têm investido em fundos de reflorestamento e estruturado produtos financeiros relacionados a redução de emissões e ativos ambientais.
O mercado de carbono tem grande potencial de crescimento, principalmente no Brasil Segundo a consultoria McKinsey, a demanda por créditos de carbono no mundo pode crescer 15 vezes ou mais até 2030, e até 100 vezes até 2050. Com isso, passaria de uma movimentação de US$ 1 bilhão em 2021 para US$ 50 bilhões em 2030. O Brasil concentra 15% do potencial global de captura de carbono por meios naturais e pode gerar receita de até US$ 120 bi em créditos de carbono até 2030.
O melhor é que essas iniciativas são um combo que inclui oportunidades de negócio e impactos positivos para as comunidades locais, por meio da geração de empregos, cadeias de negócios locais e turismo, e ainda contribuem para o combate às mudanças climáticas.
O Gigante 163 tem mostrado a importância de se investir na agricultura de baixo carbono, que, por sinal, norteou o Plano Safra 2023/24.
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