A safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas deve ser de 299,6 milhões de toneladas em 2024, segundo a estimativa de abril do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgada nesta terça-feira, 14/5, pelo IBGE. Isso representa uma produção 5,0% menor do que a obtida no ano passado (315,4 milhões de toneladas). Na comparação com a estimativa de março, houve um aumento de 0,4% ou de 1,2 milhão de toneladas.
A produção de soja, principal commodity do País, cresceu 0,9% na comparação com o previsto em março e deve chegar a 148,3 milhões de toneladas. Essa quantidade equivale a uma retração de 2,4% na comparação com o total produzido no ano passado. As informações sã sa Agência IBGE
Os efeitos causados pelo fenômeno climático El Nino, caracterizado pelo excesso de chuvas nos estados da Região Sul e falta de chuvas regulares com elevadas temperaturas no Centro-Norte do Brasil, trouxeram, como consequência, uma limitação no potencial produtivo da leguminosa em boa parte das unidades da federação produtoras.
A produção do milho, quando consideradas as duas safras, caiu 0,3% na comparação com o estimado no mês anterior e deve somar 115,8 milhões de toneladas em 2024, ficando 11,7% menor do que o produzido em 2023, uma queda de 15 milhões de toneladas.
O Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com participação de 28,0%, seguido pelo Paraná (13,4%), Rio Grande do Sul (13,3%), Goiás (10,6%), Mato Grosso do Sul (8,3%) e Minas Gerais (5,6%), que, somados, representaram 79,2% do total.
Regionalmente, o Centro-Oeste (47,2%) lidera esse ranking, enquanto as demais regiões têm as seguintes participações: Sul (28,9%), Sudeste (9,2%), Nordeste (8,7%) e Norte (6,0%).
As principais variações absolutas positivas nas estimativas da produção, em relação ao mês anterior, ocorreram em Goiás (1.279.774 t) e no Pará (998.575 t). As variações negativas ocorreram no Paraná (-801.000), em São Paulo (-442.380 t) e em Minas Gerais (-96.291 t).
A tragédia climática do Rio Grande do Sul certamente terá impactos no levantamento para o mês de maio, mas em abril, o estado se destacou positivamente, segundo o IBGE.
“Quando falamos da soja, mais especificamente do Rio Grande do Sul, há uma recuperação neste início do ano após um período de seca que afetou três safras. Já no verão de 2023 para 2024, choveu bastante, causando um aumento na produção da soja e do milho primeira safra. Portanto, a produção da soja está se recuperando quando olhamos para a estimativa feita em abril, analisando essa primeira parte do ano”, avalia o gerente do LSPA, Carlos Barradas.