A seca intensa que afeta todo o Mato Grosso do Sul e tem potencializado a incidência de incêndios florestais no Pantanal também prejudica a produção agrícola sul-mato-grossense. Um exemplo é a segunda safra de milho, que está em plena colheita no Estado e deve ter uma retração de quase 20% na produção neste ano.
A produção total é estimada em 11,485 milhões de toneladas, uma queda de 19,23%, e a produtividade é prevista em 86,3 sacas por hectare, uma retração de 14,25%. Até o dia 21 a colheita do milho para a 2ª safra 2023/2024 alcançou 8,2% da área total dos 2,2 milhões cultivados neste ano.
Os números constam no Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (SIGA-MS), levantamento feito pela Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) em parceria com a Associação de Produtores de Soja (Aprosoja) e Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famasul).
De acordo com o SIGA-MS, as regiões sudoeste, sudeste, sul-fronteira e sul apresentam condições abaixo do potencial das demais regiões. Nestas áreas, pode se encontrar lavouras com até 50% em condições ruins
Ao todo, 785 mil hectares de milho safrinha foram atingidos pela seca no Mato Grosso do Sul.
“Temos uma condição climática complexa em Mato Grosso do Sul, com uma seca severa que não impacta somente na questão dos incêndios no Pantanal. Ela tem afetado também as outras regiões, como é o caso do sul do Estado, onde mais de 50% lavouras de milho estão em condições ruins ou regulares. Isso trará quebra de safra com um impacto maior até do que os índices atuais”, afirma o secretário Jaime Verruck, da Semadesc.
O relatório aponta ainda que os períodos de seca ocorreram entre março e abril (10 a 30 dias de estresse hídrico) e mais recentemente, entre abril e junho (mais de 70 dias sem chuva). A porcentagem de área colhida na 2ª safra 2023/2024, encontra-se superior 7,38 pontos percentuais em relação à 2ª safra 2022/2023, para a data de 21 de junho.