A discussão em torno de um novo modelo de seguro rural ganha força em um momento crucial para a agropecuária brasileira, que enfrenta grandes desafios impostos pelo clima cada vez mais imprevisível. É urgente pensar em um modelo que ajude o produtor rural a enfrentar seu maior desafio.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, defende a criação de um modelo de seguro rural mais eficiente, sustentável e atrativo para produtores, seguradoras e o setor público.
“O clima, que sempre foi um porto seguro para o produtor, hoje é também o maior risco. Diante desse cenário, o seguro rural passa a ser uma ferramenta indispensável para garantir a continuidade do setor”, declarou.
Para ele, o seguro rural atual precisa ser reestruturado, inclusive em termos legais e fiscais, para ampliar sua cobertura. Uma das propostas de Fávaro é que o acesso ao crédito rural com juros subsidiados seja vinculado à contratação obrigatória de seguro rural. Para ele, essa medida ajudaria a universalizar o uso do seguro, mas ponderou que o valor da apólice não pode comprometer a atratividade do crédito subsidiado.
“Se o seguro encarece demais o crédito, o produtor acaba desistindo da subvenção e vai para o mercado, onde não faz seguro,” explicou o ministro.
Um seguro mais barato é o que também defende o vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José Mário Schreiner.
“O seguro precisa ser ampliado, baixar o custo, diminuir o risco, para que a gente possa efetivamente ter um seguro rural eficiente no Brasil. Não é possível sermos essa potência exportadora mundial e não termos ainda um seguro rural eficiente, que muitas vezes está sujeito a contingenciamento por parte do governo”, complement
Para Schreiner, o seguro não é um custo, mas um investimento. “É um ativo. Mas é preciso estimular sua contratação para que perpetue por todo o Brasil. Não é obrigar o produtor rural, mas estimulá-lo, com benefícios, a utilizar essa ferramenta de gestão de riscos. Nós buscamos soluções efetivas”.