HomeEcologiaEconomia

Substituição de florestas por pastos muda o clima na Amazônia

Substituição de florestas por pastos muda o clima na AmazôniaMudança de uso de solo e seca na Amazônia contribui para mudanças climáticas. Foto: Pixabay

Semana do Meio Ambiente em Lucas do Rio Verde terá mutirão de limpeza
Soja Legal pode ser acessado agora pela Agro Brasil + Sustentável
Estado inicia contrução de unidade do Indea em Juína

A conversão de áreas da Floresta Amazônica em pastagens e cidades está alterando o clima local, com consequências diretas para a umidade do ar, a temperatura e a capacidade do solo de reter água. Essas mudanças podem afetar a agricultura, tornando as lavouras mais vulneráveis a secas e ondas de calor.

O alerta é de um em estudo publicado na Revista Brasileira de Meteorologia (Microclima no Cenário de Floresta, Pastagem e Cidade no Sudoeste da Amazônia), que analisou como a substituição da floresta por pastagens e áreas urbanas interfere no microclima.

A pesquisa foi realizada em Rondônia, no sudoeste da Amazônia, e avaliou três ambientes diferentes: florestas, pastagens e cidades. Os pesquisadores coletaram dados sobre temperatura, radiação solar, umidade e chuvas para comparar como cada tipo de paisagem influencia o clima local.

Os resultados da pesquisa indicam que as áreas desmatadas apresentaram diversas mudanças que podem impactar diretamente a produção agropecuária. De acordo com o estudo, a variação de temperatura entre o dia e a noite aumentou em até 2°C em pastagens e cidades quando comparadas às áreas de floresta, o que pode interferir no desenvolvimento das culturas agrícolas e no bem-estar dos animais.

Além disso, os dados mostram que a umidade do ar foi reduzida, pois, com menos árvores, há menor evaporação de água, tornando o ar mais seco e dificultando a formação de chuvas, o que prejudica a irrigação natural do solo.

Aquecimento do solo

Outro impacto significativo identificado pelos pesquisadores é o aquecimento do solo, causado pela remoção da vegetação. Esse processo aumenta a reflexão da luz solar, fenômeno conhecido como albedo, resultando em menor aproveitamento da energia para a fotossíntese e evaporação da água, tornando o ambiente ainda mais quente e seco.

De acordo com Bárbara Antonucci, pesquisadora e autora do estudo, essa transformação pode gerar impactos negativos para a biodiversidade e para quem depende do clima e do solo para produzir.

“A interrupção dos serviços ecossistêmicos fornecidos pelas florestas, como evapotranspiração, regulação térmica e sombreamento, pode levar ao agravamento de extremos climáticos”, explica Antonucci.

Além disso, a agricultura pode ser prejudicada, já que a maior vulnerabilidade do solo e a redução da umidade podem comprometer a produtividade e aumentar o risco de períodos de seca prolongados. Isso afeta a segurança alimentar e a economia das regiões que dependem da produção rural.

O que pode ser feito?

Para reduzir os impactos dessas mudanças, os pesquisadores sugerem medidas que equilibrem a preservação ambiental com o desenvolvimento econômico. Entre as soluções propostas, destaca-se a arborização das áreas urbanas e rurais, que contribui para manter o equilíbrio térmico e a umidade do solo.

O uso sustentável dos recursos naturais também é essencial para evitar o desmatamento excessivo e garantir a conservação da vegetação nativa.

Outra estratégia importante é o incentivo a práticas agropecuárias mais sustentáveis, como o plantio de espécies que ajudam a proteger o solo e a recuperação de áreas degradadas, promovendo um manejo mais eficiente e menos prejudicial ao meio ambiente.

Segundo Antonucci, políticas públicas voltadas para a preservação e o uso racional da terra são essenciais para garantir que as atividades agrícolas continuem produtivas sem comprometer o equilíbrio ambiental.

Para quem deseja entender melhor as conclusões do estudo, a pesquisa completa pode ser acessada aqui.

* Com informações da Agência Bori