O cenário ainda é incerto, mas especialistas acreditam que as novas tarifas de importação para diversos países, anunciadas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, na quarta-feira, 2, podem poupar o agro brasileiro.
Segundo o anúncio, os Estados Unidos passarão a cobrar uma taxa de, no mínimo, 10% sobre os produtos importados do Brasil a partir do próximo sábado, 5. A tarifa é a mais baixa entre todas.
Apesar das incertezas em relação a como serão aplicadas as taxas, alguns especialistas acreditam que, por causa das tarifas mais baixas, a competitividade da produção agropecuária do Brasil pode ser mantida e, em alguns casos, até ampliada.
O presidente do Instituto do Agronegócio, Isan Rezende, resumiu o efeito que o chamado “Tarifaço de Trump” pode ter para o setor.
“Por um lado, setores como o café e a carne bovina podem se beneficiar da redução da competitividade de outros países que foram mais penalizados. Por outro, segmentos como o etanol e o açúcar ainda enfrentam incertezas sobre como essas tarifas serão aplicadas na prática”, disse.
O professor de agronegócio global do Insper, Marcos Jank, destaca que vai depender da reação dos países ao tarifaço e como ele será aplicado, mas também acredita que essa condição mais favorável do Brasil em relação a outros países pode abrir mais mercado para o Brasil.
“Em princípio, a condição é neutra ou até favorável para o Brasil, o que pode criar também um desvio de comércio, com novos laços comerciais diferentes dos que existem hoje”, explicou Jank.
A opinião é a mesma do presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion (PP-PR), para quem o tarifaço de Trump “pode abrir um leque de oportunidades” para o Brasil.
Para o CEO da Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana), José Guilherme Nogueira, a tarifa de 10% foi recebida com alívio pelo setor, uma vez que se esperava uma taxação de até 18%.
Já para o ex-ministro da Agricultura e professor emérito da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Roberto Rodrigues as tarifas anunciadas pelos Estados Unidos são “um processo que desmoraliza instituições globais”.
Fonte: Com informações do AgFeed e Pensar Agro